domingo, 21 de abril de 2019

Páscoa




   Apesar de ter sido adotada pelo calendário cristão, a origem da Páscoa é judaica. A palavra páscoa vem do hebraico ‘pessach’, que significa passagem, devido à comemoração do êxodo dos israelitas do Egito.

   Já a introdução do coelho na cultura ocidental surgiu somente por volta de 1700, trazido pelos alemães. E na verdade não era um coelho, mas sim uma lebre, animais estes, bem parecidos. Ele era símbolo de fertilidade devido ao seu alto poder reprodutivo; sendo que na época, isso era muito valorizado, pois existia uma alta taxa de mortalidade humana. Conta-se ainda, que o Coelho da Páscoa era na verdade, um pássaro que pertencia à deusa Eostre, já cultuada pelos povo pré-célticos, e que mais tarde viria a dar o nome em inglês (easter) à festividade. Ele (o pássaro) teria se transformado em um roedor, mas nunca deixado o espírito original de lado, por isso ele sempre mantinha um ninho com ovos, mesmo sendo um mamífero.

   Quanto aos Ovos de Páscoa, eles carregam esse significado de outras culturas e povos como por exemplos: os romanos, gauleses, chineses e egípcios - para eles, o ovo representava a forma do universo. Porém, a crença mais difundida é que muitos povos antigos pré-célticos, relacionavam o ovo a um símbolo do início da vida, nascimento e ressurreição. Assim, em regiões mundo frias, o ovo também era símbolo do início da Primavera/Ostara, correspondendo ao surgimento de vida nova. Esse simbolismo todo também foi absorvido pelo cristianismo. Mas bem antes dos ovos de chocolate, a tradição girava em torno de ovos de galinha pintados a mão que surgiu entre os antigos egípcios, persas e alguns povos germânicos. Atualmente, essa tradição é atribuída aos chineses, que também davam ovos decorados nas festas de Primavera.

   Porém, uma das tradições de Ostara é pintar ovos com símbolos e cores que representam o nosso desejo e depois plantá-los ou depositá-los no pé de uma árvore frondosa e florida. O ovo representa a semente de nossos sonhos e desejos que quando deixada sobre a Terra germinará nos concedendo bênçãos. Outra tradição é esconder os ovos, e acha-los simboliza que a pessoa alcançará suas metas.

O coelho também é um símbolo importante e tem uma estreita ligação com a Deusa Eostre. Conta-se que um gentil coelho em troca de favores a Deusa, botava ovos, decorava-os e a presenteava com eles. Segundo a lenda a Deusa, ficou maravilhada com a beleza dos ovos e contente, desejou que toda a humanidade pudesse compartilhar de tamanha beleza e alegria. Assim, o coelho começou a viajar por todo o mundo na época do Equinócio da Primavera, presenteando a todos com seus ovos decorados.

   No século XV, Luís XI pressionado pela Igreja que reclamava do grande consumo de ovos durante o período penitencial da quaresma, proibiu a comemoração. Mas para festejar o fim do jejum, as pessoas passaram a presentear os amigos e parentes com ovos benzidos na missa do Domingo da Páscoa. E com o passar do tempo, os ovos se tornariam mais requintados - ricos e nobres passaram a trocar versões de porcelana, vidro, pedra, madeira e até escamas. Porém, o costume dos ovos decorados surgiu na Inglaterra, no reinado de Eduardo I, que costumava banhar ovos em ouro e presentear seus súditos preferidos. Tais tradições inspiraram também Peter Carl Fabergé, que criou os famosos e valiosos ‘Ovos Fabergé’.

  Séculos depois, o interesse comercial viu nesse costume uma grande oportunidade. Originários dos Pâtissiers franceses - que esvaziavam os ovos e depois recheavam com chocolate, finalizando com uma pintura por fora. Com o tempo, virou uma tradição pais esconderem os ovos no jardim para que seus filhos encontrassem na manhã de Páscoa. O costume evoluiu até chegar à fase da indústria do chocolate, tal como é hoje.

   Apesar da transformação cultural ao longo dos anos, ainda hoje, a tradição de trocar ovos de galinha pintados à mão perdura em muitos países, como na Bulgária. Lá, depois de abençoados, os ovos presenteados são quebrados após a missa da meia-noite e durante os próximos dias. Um dos ovos é quebrado na parede da igreja, e esse é o primeiro ovo a ser comido após o jejum da quaresma. Nos Estados Unidos e na França, a tradição de ovos de galinha coloridos ainda resiste. As crianças costumam participar de uma "caça aos ovos". E na Bélgica, as crianças escondem ninhos de palha na grama para que o coelho da Páscoa os encha de ovinhos.



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