quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Ação de Graças


   Tradicionalíssimo feriado americano perdendo em magnitude apenas, para o Natal e o 4 de Julho. Literalmente, "dá-se graças" a chegada dos peregrinos à Nova Terra onde eles puderam expressar sua religiosidade (eram perseguidos na Europa) e de sua comunhão com tribo local que os ensinou a sobreviver aos desafios do lugar.

Grupo de peregrinos
No início, as comemorações aconteciam por três dias seguidos, chamado de festival Thanksgiving, e foi a partir do presidente Lincoln que institui-se a data como nacional; sendo comemorada toda última quinta-feira de novembro.

   É um feriado de encontro familiar, algumas com membros distantes por kms um dos outros, que ao menos nesse dia procuram fazer aquela reunião com direito a comilança, ao football -  partida da Liga Nacional de Futebol (que acontecessem nessa data, desde a década de 30). E também é dia do desfile da loja Macy's de NY -  transmitido ao vivo para todo o território.

   Com relação ao tradicional peru servido na ceia, esse hábito foi incorporado depois porque nos primórdios; os pratos principais eram compostos de bacalhau, lagosta ou ganso. Além do peru, também é imprescindível o presunto assado. E para completar os outros pratos típicos são: greenbeans (vagens na caçarola), mashed potates (purê de batatas doce/inglesa), gravy (molho feito com caldo de peru), craberry jelly (geléia/molho de craberry), stuffing (farofa de peru servida separada), butternut squash (gratinado de abobrinha). De sobremesa as deliciosas tortas pumpkin pie (torta de abóbora), apple pie (torta de maçã) e a pecan pie (torta de noz pecã).

    Depois dessa mesa farta, ninguém pode querer pensar em dieta...

Pumpkin pie

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Suco (batata, cenoura e maçã)



  A historia desta bebida tem circulado pelo mundo há tempos atrás. Vale a pena experimentar pois o Sr. Seto embora não seja uma celebridade confirma seus efeitos, e quer torna-la pública para chamar a atenção das pessoas que têm cancro. Ela permite que o organismo bloqueie as células ruins que se formam no seu corpo e conter o seu crescimento! Ele tinha cancro de pulmão.

  Um famoso hervanário da China recomendou que ele tomasse esta bebida. Ele tomou-a continuamente por 3 meses, agora sua saúde está restaurada, e ele dá graças a Deus. Não faz mal você também experimentar pois serve também para outros fins.

Como preparar:
Tome uma batata, uma cenoura e uma maçã que se combinam para fazer o suco! Lave tudo e sem tirar a pele corte em pedaços e coloca-os no espremedor e beba o suco imediatamente. Pode adicionar um pouco de limão para dar mais sabor.

Esta bebida é eficaz para as seguintes doenças:

1. Previne as células cancerosas de desenvolver. Ela vai conter as
células cancerosas de crescer.
2. Prevenir no fígado, pâncreas, doença renal, e pode curar a úlcera
também.
3. Fortalecer o pulmão, prevenir ataques cardíacos devido à pressão
arterial elevada.
4. Fortalecer o sistema imunológico
5. Bom para a visão, elimina olhos vermelhos e cansados, e olhos secos
6. Ajuda a eliminar a dor do treinamento físico, dores musculares
7. Desintoxicar, ajudar o movimento do intestino, eliminar a
obstipação. E com isso A pele fica saudável sem acne e o olhar mais
radiante. .
8. Melhora o mau hálito, provocado pela indigestão, ou devido a
infecção de garganta,
9. Diminui a dor menstrual
10. Evita que haja ataque de febre alta.

  Não há absolutamente nenhum efeito colateral. É altamente nutritiva e absorvida facilmente! Muito eficaz se precisar perder peso. Vai notar que o seu sistema imunitário será melhorado após 2 semanas de rotina. Por favor, certifique-se de beber imediatamente do liquidificador para melhor efeito.

Quando beber:

BEBER logo de manhã com o estômago vazio! Após uma hora VOCÊ PODE tomar o café da manhã. Para resultados rápidos BEBA 2 vezes ao dia, pela manhã, E ANTES das 17:00 Nunca se irá se arrepender! Não custa muito dinheiro!

Fonte: blog a roda do amor

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Cosmetologia Natural e Orgânica: Selo de Certificação




   Com o aumento mundial no consumo de produtos conhecidos como cosméticos de base natural ou integralmente natural; surge uma nova geração de consumidores que busca cada vez mais  produtos de matéria prima natural ou de fontes sustentáveis, além do conhecimento milenar sobre os recursos naturais para a manutenção do bem estar, na saúde e na beleza.

   Conceito

 Produtos Naturais - São substâncias extraídas de plantas, animais, fungos e microorganismos que são produzidos na maioria das vezes de forma convencional e, nem sempre obedecem aos critérios como os utilizados para os procedimentos ditos orgânicos. Sendo os mais usados: corantes têxteis, alimentícios, analgésicos, estimulantes e narcóticos.

Produtos Orgânicos - É todo produto de origem animal ou vegetal obtido sem a utilização de produtos químicos (agrotóxicos e hormônios sintéticos) com técnicas de manejo que permitem a rotação de culturas, conservação do solo e preferencialmente, sem causar interferência no ecossistema.

Portanto: Nem todo produto natural é orgânico.

Certificação
É um procedimento que visa verificar se o processo de produção de um produto segue as normas de auditoria que abrange toda a trajetória de produtos agrícolas e industriais até a chegada ao consumidor. Os órgãos que certificam; atestam que aquele determinado produto atende ou não determinadas normas. (podem ser oriundas do país importador ou pelo próprio órgão certificador), uma vez o produto certificado, ele recebe o selo garantindo
sua origem e qualidade.

No caso de cosméticos naturais, a presença do selo trás a segurança desses produtos serem fabricados com plantas isentas de contaminantes (agrotóxicos e aditivos sintéticos, corantes, conservantes ou aromas artificiais) e distribuídos em embalagens com materiais de rápida decomposição no meio ambiente (papel, papelão) e recicláveis ou pela utilização de refil para recarga.

Na Europa usar cosméticos naturais vai além da preocupação com o ambiente e envolve a prática de fair trade (consumo justo) que engloba o cumprimento rigoroso de preceitos éticos em toda a cadeia de comercialização do produto. Assim, não podem ser realizados testes com animais, dentre outras normas deve ser reconhecido e recuperado o conhecimento milenar de tribos ou grupos étnicos a respeito das plantas medicinais através de projetos de manejo extrativista sustentável. Porém, a certificação para o fair trade de produtos orgânicos é distinta e independente.




O selo da BDIH (Associação alemã para Cosméticos Naturais, Alimentos e Suplementos Dietéticos) - É o mais importante para os cosméticos produzidos, processados e comercializados com o selo de natural.



Nos Estados Unidos o selo USDA ORGANIC é expedido pelo Departamento de Agricultura daquele país e, quando um produto recebe sua certificação significa que ele possui 100% de ingredientes orgânicos ou pelo menos 95% de ingredientes orgânicos. Ele também atesta produtos produzidos em fazendas (p.ex. mel).



No Brasil já existem empresas de grande, médio e pequeno porte que comercializam produtos de base natural incorporados à tendência internacional. Mas como não há uma legislação específica, a certificação fica por conta de vários órgãos particulares e muitos até regionais sendo que não há uma unanimidade quanto às normas utilizadas de certificação. Então é preciso saber diferenciar o que é um cosmético natural de um orgânico entre elas. 

Veja a diferença entre o conceito de natural e orgânico das duas certificadoras mais famosas do Brasil:

ECOCERT que atua também no exterior utiliza o mesmo selo para certificar cosméticos orgânicos e cosméticos naturais sendo que para eles:

Cosmético Natural - Aquele que contém no máximo 5% d ingredientes de síntese pura (sobre o total de ingredientes), mínimo 5% de ingredientes certificados orgânicos (sobre o total de ingredientes) e mínimo 50% de ingredientes vegetais certificados orgânicos (sobre o total de ingredientes vegetais).

Cosmético Orgânico - Aquele que tem 95% de matérias primas orgânicas em relação à quantidade total de matérias primas vegetais utilizadas para sua formulação.




IBD atua dentro do território nacional e possui selos diferentes para cosméticos naturais e cosméticos orgânicos, além do selo IBD Social que abrange conceitos próximo aos do Fair Trade. Sendo que para este órgão:

Cosmético Natural - Aquele que possui menos de 5% (sobre o total de ingredientes utilizados) de matérias primas certificadas orgânicas. E 95% compostos por matérias primas naturais.

Cosmético Orgânico - Aquele que tem no mínimo 95% de matérias primas orgânicas em relação ao total de matérias primas (naturais, orgânicas e derivadas de naturais) utilizadas
para sua formulação.



 
Para os dois órgãos certificadores ECOCERT e o IBD é igual:

* Proibição
- Uso do uso de matérias primas que levem à morte ou causem danos aos animais.

- Toda matéria prima obtida por síntese (p.es. dois compostos que resultam em outro) que não tenha em sua composição nada de componentes químicos naturais.

- Testes em animais para certificar a segurança e eficácia do cosmético.

* Autorização

- Uso de matérias primas de origem animal (p.ex. mel), com a ressalva de não causar danos através de sua obtenção e, não haja recursos para substituição de determinada substância na fórmula.

- Matéria primas para uso cosmético desde que a obtenção das mesmas, não provoque danos ao meio ambiente.

Para concluir:

Veja a importância de se ler os rótulos dos produtos que consumimos e de saber o que certifica cada selo!


Contribuir com a sustentabilidade é se tornar um consumidor consciente e que faz a diferença.



Saudade - Chrystian & Ralf


Saudade
(Chrystian & Ralf)

Você sempre fez os meus sonhos
Sempre soube do meu segredo     
Isso já faz muito tempo
Eu nem me lembro quanto tempo faz

O meu coração não sabe contar os dias
A minha cabeça já está tão vazia
Mas a primeira vez
Ainda me lembro bem

Talvez eu seja no seu passado mais uma página
Que foi do seu diário arrancada

Sonho, choro e sinto
Que resta alguma esperança
Saudade, quero arrancar essa página

Da minha vida

               

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Como Desapegar-se do Passado e Seguir Adiante




Por José Batista de Carvalho

   A mente humana é um contador de histórias incrível. Pode criar uma história dramática das situações mais comuns na vida. Se você apenas sentar por um tempo, sem fazer nada ativamente, você vai notar sua mente girando as histórias sobre o seu passado, seu futuro e seu presente. A mente é particularmente viciada no passado, porque o passado, geralmente, dá-lhe um sentido de “identidade”. É difícil para a maioria das pessoas deixarem seu passado, porque elas tiram a sensação de quem são a partir dele, que é inerentemente um estado disfuncional de ser. Apegar-se a seu passado vai garantir que o seu futuro carregue a mesma “essência”, e sua vida parecerá estar se movendo em círculos sem nada de novo ou criativo. Neste artigo vamos dar-lhe direções e insights sobre como desapegar-se de seu passado e permitir que a vida traga um futuro refrescante.

* Pare de definir-se baseado em seu passado
   É um hábito inconsciente que você aprendeu ainda criança, você começou a definir-se com base “no que aconteceu” com você. Por exemplo, se você teve nota baixa em uma matéria e foi repreendido por isso, você pode definir-se como sendo um aluno mediano ou um fracasso. Isso é como a mente funciona, ela só rotula tudo, inclusive você. A maioria dos adultos ainda estão se definindo com base no que aconteceu com eles no passado. Esta é uma maneira altamente disfuncional de viver a vida, porque a vida vai lhe trazer um reflexo do que você pensa que é.
Uma nova maneira de viver, é deixar de definir-se em tudo. Por que você precisa definir a si mesmo? Não há livro de regras que diz que é preciso definir quem é você para viver a sua vida. Na verdade, a vida segue em frente de uma forma suave quando você não mora em seu passado, definindo-se através dos eventos que aconteceram com você. Sempre morra para este momento, que não necessita de qualquer definição de você. Você pode apenas “ser” sem a necessidade de “saber” alguma coisa. Permita que a vida traga a você o saber como e quando for necessário.
* Saiba profundamente que a vida é sempre Este Momento
   É tão simples e no entanto a maioria das pessoas não entendem, que a vida é sempre apenas o “agora”. Não há passado ou futuro na vida, apenas este momento um chamado agora. A vida é atemporal, a mente cria o tempo, indo para a memória ou pela projeção da memória. Pode-se viver totalmente no agora, e a vida se moverá sem esforço trazendo todo o conforto e bem-estar que é necessário para o corpo. Sinta-se livre para largar seus fantasmas pois eles não têm nenhum valor no agora que é sempre fresco e novo.
Nisargadatta Maharaj costumava dizer: “Quando você embarcar em um trem, você ainda iria levar a sua bagagem em sua cabeça, ou seria melhor colocá-la no chão e apreciar a viagem”. Infelizmente, a maioria das pessoas não entendem que a vida é movimento, que está sempre se movendo para a frente, não precisa suas histórias do passado e que não precisa de você para manter o peso de sua identidade passada viva. Vamos entrar no fluxo da vida e ela vai lhe levar a lugares, você vai achar que a vida nunca é tediosa quando você não está definindo cada momento através do passado.
* Sem história, sem sofrimento
Adyashanti, um conhecido professor espiritual, fala sobre o estado de viver livre das histórias da mente, e como ela liberta o ser do sofrimento. Você tem a opção de ignorar a mente. Você não tem que dar atenção cada vez que ela aparece com uma história. A maioria das pessoas nunca exerce essa escolha e elas só permitem a sua mente de agarrar sua atenção com todos os pensamentos que ela cria. Quando você permite que isso aconteça, você está à mercê da mente e, assim, você nunca pode deixar seu passado, porque você continua renovando-o com sua atenção.
Deixar de lado a mente e desapegar-se do passado é essencialmente a mesma coisa. A mente inerentemente opera a partir do passado. Assim, como deixar de lado a mente? É simples, pare de prestar atenção a ela não importa o quão habilmente ela tente agarrar sua atenção. A mente vai tentar todos os tipos de estratégias para chamar sua atenção, mas se você simplesmente ficar em um estado de alerta, você não vai cair na sua armadilha. Com o tempo, a mente vai abrandar, e tornar-se silenciosa. Quando você se torna livre da mente, você também vai ficar livre de seu passado e suas histórias sobre si mesmo. A vida não precisa de nenhuma história para avançar.
* Conclusão
Você tem que se perguntar se você está disposto a “esvaziar seu copo” para a vida, se você está disposto a deixar ir suas identidades e histórias. A maioria das pessoas quer deixar ir seu passado, mas desejam manter a sua identidade, que vem do passado – isso não é possível. Você tem que deixar ir as suas identidades, e estar disposto a vir completamente novo para a vida, de uma forma muito inocente. A vida não precisa de nada de você exceto que você fique livre das “histórias” e deixe-se ir na corrente da existência. Quando você vive a vida desta forma, todos os dias serão renovados, e trarão alegria e abundância como você nunca experimentou antes.




Fonte: http://universonatural.wordpress.com/2012/10/23/como-desapegar-se-do-passado-e-seguir-adiante/

domingo, 25 de novembro de 2012

Ele é irresistível?!... O seu perfume também!




    A combinação de uma essência masculina no corpo feminino pode ficar sensacional. Para quem acha que a mulher deva usar sempre perfumes de fragrância floral ou frutal, saiba que muitas adoram os perfumes masculinos e tem por tese sua preferência: reagem melhor em sua pele, tem maior longevidade e proteção e mesmo porque muitas não gostam das notas doces e, o segredinho guardado a 7 chaves "Muitos homens se sentem atraídos por esses aromas..." Algumas afirmam ainda, que o "kit sedução fatal" é composto de perfume masculino, uma bela lingerie e um sorriso sexy!

   Mas porque certos perfumes ditos masculinos causam esse furor todo? A especificidade entre perfumes é recente. E o que existe são orientações com relação, a determinadas notas devido a uma herança histórica entre elas e o público alvo. Bem sabemos, a revolução de sensações que os aromas podem exercer relacionados a atividades e perfis que transita entre um gênero e outro. Notas florais e frutais são associadas ao gênero feminino, por sua ancestral ligação com a fertilidade, o matriarcado e o próprio matrimônio; enquanto aromas picantes e amargos como os de algumas especiarias, ervas, madeiras, musgos e o couro estão associados a atividades antes, só masculinas (ex. caça). Porém, não há nada que impeça a ala feminina de usá-los. Seguir suas orientações olfativas é sempre o melhor negócio!

   Nos últimos 50 anos houve uma revolução geral de costumes, dentre eles o uso de várias notas antes exclusivas e, que agora começam a fazer parte do rol dos ditos perfumes compartilhados (antigo unissex). Com esse propósito o Irresistible uniu a família aromática

Amanda Seygrifield


masculina, a notas florais extremamente femininas. Por tal qualidade - notas menos fechadas e agressivas, um dos top usado pelas mulheres também é o Fahrenheit.
   Querendo sentir e provocar tais sensações... Segue lista dos queridinhos do público feminino: que já ousou e aprovou!

Space Bomb by Viktor & Rolf - Literalmente é uma "bomba" de especiarias: açafrão, pimenta, canela, tabaco e notas de couro. Traduzindo: puro sexo!




Black XS by Pacco Rabanne - Na sua formulação vão chocolate, morango e canela... Pronta pra ser devorada?



Code by Armani - Anis estrelado, flor de oliva e notas de couro = adocicado, suave e sensual.



Farenheit by Dior - Notas de violeta e ervas, aliadas a notas doces e andróginas: um absoluto vulcão em erupção!



Bvlgari for men by Bvlgari - Puro chá verde revelando um coração floral. Frescor e elegância.

Clive Owen


Burberry Brit for men by Burberry - O impacto entre rosas e especiarias = Sexy!!!



"Pi" by Givenchy - Amendoado acrescido de ervas, açúcar mascavo = Irresistível!!!



Joop! by Homme - Composto por canela, jasmim e flor de laranjeira, outro compartilhado clássico.



Chic for men by Herrera - Notas de melancia, bergamota, canela e fava tonka. Lembra algum outro? Aquela base que amamamos do 212.



The One Gentleman by Dolce & Gabanna - Composto de lavanda, baunilha, agrião e anis: Instigante!


Matthew McConaughey


sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Dia da MPB


   Nossa homenagem é para:

   Raul Seixas *28 de junho de 1945/ + 21 de agosto de 1989) foi um cantor, compositor e produtor musical brasileiro. Cético e agnóstico é considerado um dos pioneiros do rock no Brasil, por isso é chamado o "Pai do Rock Brasileiro" e/ou "Maluco Beleza" em alusão a música de mesmo nome.

  A obra desse artista é composta por 17 discos lançados em seus 26 anos de carreira e seu estilo musical é tradicionalmente classificado como rock e baião, já que ele conseguiu unir ambos os gêneros em músicas como "Let me Sing, Let me Sing". Seu álbum de estréia: Raulzito e os Panteras (1968), foi produzido quando ele integrava o grupo Raulzito e os Panteras, mas só ganhou notoriedade da crítica e de público com as músicas do disco Krig-ha, Bandolo! (1973), como "Ouro de Tolo", "Mosca na Sopa", "Metamorfose Ambulante.

  Raul Seixas adquiriu um estilo musical que o creditou de "contestador e místico", e isso se deve aos ideais que vindicou, como aSociedade Alternativa apresentada em Gita influenciado por figuras como o ocultista britânico Aleister Crowley. Em sua homenagem também foi criado o jargão: “Toca Raul”- que significa literalmente tocar uma música que ele compôs e cantava.


                

Metamorfose Ambulante
Prefiro ser essa metamorfose ambulante
Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Eu quero dizer agora o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator

É chato chegar a um objetivo num instante
Eu quero viver nessa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O que Ela Tem que Eu não Tenho?


"No mito grego, Narciso via seu rosto refletido na águas e ficava
hipnotizado por sua própria beleza e perfeição"


  Para quem já se fez a pergunta ou busca maiores conhecimentos sobre o tema, vale a pena ler a tese de mestrado - "Estudo do Mito das Estrelas no Imaginário do Espectador Feminino" de Miila Derzett (PUCRS 2001) publicado no livro SOCINE.

   A partir do estudo de caso em Lara Croft, personagem do filme Tomb Rider, a Comunicação Persuasiva não será objeto de estudo por si mesma, mas se fará presente a partir do viés das Teorias de Lacan e Freud, analisadas nas imagens estereotipadas, através dos signos que influenciam subliminarmente e psicologicamente a recepção. Os conceitos de Narcisismo, Culto da Aparência e Mito das Estrelas são, respectivamente, explorados pelos autores Christopher Lash, Joan Ferrés e Edgar Morin.
 Agindo no contexto da análise, dá-se destaque a teoria das duas grandes vias da comunicação persuasiva de Ferrès. “E é a concepção ingênua sobre entretenimento por parte da maioria das pessoas que os faz particularmente vulneráveis" e o que transforma o entretenimento no sistema de socialização, intencional ou não, mas eficaz.” (Ferrès, 1996)

 A PERSONAGEM DOS GAMES VAI AO CINEMA
 Lara Croft, a protagonista de “Tomb Raider” (criada em 1996 para jogos de vídeo Games), é uma arqueóloga que se transformou num dos mais familiares ícones da indústria contemporânea de jogos e que, de acordo com Henry Junkins (From Barbie to Mortal Kombat, 1998), distribuiu não somente seqüelas nos jogos de vídeo games, mas também nos filmes e seriados. “Uma mulher que é musculosa, faz acrobacias e se garante em todos os tipos imagináveis de cenas perigosas”. O seu criador, Toby Gard diz que “Lara foi desenhada para ser uma durona, confiante em si própria, uma mulher inteligente. Ela ignora todos os clichês sexuais pelo fato de que é uma figura inacreditável”. De acordo com Junkins, Lara Croft pode ser definida como uma mulher forte e independente, o que se definiria como as fantasias perfeitas das meninas – “o intocável é sempre o maior desejo”, comenta Gard. Ele diz que pensou em criar qualidades que satisfizessem tanto meninas, num tipo de modelo para os jogos e uma figura sexualmente atrativa para o mercado dos meninos. Uma empresária de softwares pergunta : “Tomb Raider teria vendido tantas cópias se Lara estivesse vestindo um blusão e calças compridas?”. Em outras análises ainda se discute que Lara Croft existe não para dar poder as mulheres, mas para permitir que os homens tenham a experiência do que é ser frágil e não ter o mesmo desempenho masculino. Outra pergunta seria se não poderiam ter sido criadas personagens femininas, como Lara, sem a exploração dos interesses adolescentes como seios e bundas.



 1.1 Lara Croft no cinema - Depois de meses entre diferentes roteiristas e diretores, a produtora Eidos conseguiu fechar acordo coma Paramount com o projeto de levar uma heroína dos jogos às telas de cinema, e iniciar as gravações de Tomb Raider. Angelina Jolie encarna de corpo e alma o papel da protagonista Lara Croft, depois de cinco meses de treinamento pesado e aulas de acrobacia, boxe. Na revista SET (julho, 2001), a atriz revela dados interessantes numa entrevista. O repórter Roberto Saidowski pergunta se “Lara Croft representaria uma nova geração de mulheres, as mulheres do novo século”. Angelina diz que gosta de pensar que sim. “ Para mim, com certeza. Estou cada vez mais parecida com ela. Ainda sou jovem, quero viajar mais, conhecer mais lugares, ter mais cultura. Também gosto e estar em forma, de ser saudável. São ótimas qualidades para uma mulher...” Acredita-se aqui que Angelina não entendeu que a pergunta também se referia as aspecto da aparência de Lara...
  Ele segue: “Por outro lado, você não acha estranho que uma personagem de vídeo Games criada por homens, seja um modelo para mulheres?” Ela responde: ”Na verdade, não. Acho que a heroína dos jogos foi criada por homens, mas mulher que você vê no filme foi criada por uma outra mulher. Esse equilíbrio a faz especial. Não acredito que a personagem do jogo seja uma modelo, mas no filme a fizemos mais forte, com mais personalidade”. Angelina novamente não cita sua opinião quanto ao modelo de corpo, que se destaca tanto nas imagens dos jogos quanto no filme. Esta seria uma idéia de uma atriz, que está do outro lado da nossa discussão, e, portanto, se concordasse com nossas análises, não seria uma atriz de fato, ou não toparia fazer parte do jogo, literalmente.
 1.2 O peso da imagem
 “Quando se fala em peso e imagem do corpo, as maiorias das mulheres se sentem inseguras. Me mostre uma mulher satisfeita com o tamanho de seus peitos que mostrarei uma raridade. A maioria da culpa por isso vem sendo pressionada pelo modelo apresentado pelos meios de comunicação – modelos super magras que vivem num mundo de cigarros e café, atrizes que tem seus próprios personal trainers e tempo para malhar durante 4 horas por dia, ir a massagistas e passar o resto do tempo entre cirurgiões e estéticas. Este não é o modelo real para as mulheres que trabalham 8 horas ou mais por dia e tem crianças para cuidar, e ainda se sentem pressionadas a se parecerem com “elas”." (Cal Jones – Editora do PC games)
  A má notícia é que o modelo perfeito de mulheres sonhadas pela maioria e imposta por outra grande parte é bem diferente da realidade “real” feminina. Ela não é nenhum modelo verdadeiro ou uma estrela de cinema – ela não é nem ao menos real. Este problema vem em forma de seios bem siliconados – Lara Croft.

  Parece aqui que o problema com Lara Croft é que ela foi criada por um homem, para homens. Lara tem coxas finas e musculosas, pernas longas, uma cintura que se pode enlaçar com as mãos e joelhos perfeitos. Mostre este desenho para qualquer garoto e normalmente ele irá encontrar qualidades sexuais nela, ao invés de apenas querer “jogar” com ela. Cal Jones segue:
 “Mais do que isso, esta mulher não poderia ter seios tão grandes (que até Angelina Jolie recusou implantar – ao invés, disso, usou um sutiã adaptado). Como toda mulher sabe, peitos são compostos basicamente por tecido gorduroso e um dos males das dietas é que seus peitos diminuem antes do seu bumbum. (Toda mulher que é magra e parece ter seios fartos a) colocou um implante b) está usando um sutiã com enchimento”. Claro que o criador preferiu compor uma mulher que satisfizesse ambos os sexos. O problema é que Lara, assim como grandes figuras moldadas, fazem nos sentir inadequadas. Não somente por suas formas, mas também por sua força, que nem a maioria dos homens seria capaz de ter. Lara pode não somente levantar o peso do seu corpo com as mãos como também fazer parada de mão com uma só mão...”
  Você pode estar questionando porque um personagem de vídeo games e filme como Croft poderia ameaçar as mulheres. Claro que somos sensíveis e racionais o bastante para não levá-la a sério, mas o mesmo não pode ser dita sobre a impressão de crianças e adolescentes. Sabemos que a maioria dos jovens em fase de descobertas sexuais têm suas primeiras visões da anatomia feminina através dos de revistas, vídeos e hoje também na televisão, e crescem acreditando que as mulheres são, na realidade, assim tão proporcionais e perfeitas. Agora, graças a Lara, também passarão a imaginar que somos fortes, ágeis, ginastas com resistência suficiente para chutar postes e correr dezenas de maratonas seguidas. E se não for assim, eles irão se frustrar.

 AS ANALOGIAS
 2.1 Discurso de Lacan - A Teoria Especular


Concurso de Miss Infantil

  Lacan defende a idéia de que desde criança damos uma importância privilegiada ao espelho. Logo no começo da identificação pelo espelho, a criança, de acordo com Lacan, reage como se a imagem apresentada pelo espelho fosse uma realidade. Mais adiante, a criança passaria então a reconhecer esse outro como sendo sua própria imagem, tratando-se aqui de um processo de identificação. “É uma identificação dual (Para Compreender Lacan - Jean-Baptiste Fages, 1971), reduzida a dois termos, o corpo da criança e sua imagem. É imediata e narcísica”. Fages acredita que este seria a presença de um dos primeiros dramas da existência - a constituição do eu.
 Joan Ferrès (Joan Ferrès, Televisão e Educação, 1996) acredita que a televisão ou o cinema agem como espelho.  “A preferência dos telespectadores  provém tanto de um exercício de sua inteligência como de seus sentimentos. Quando ele avalia um programa, avalia a si mesmo.” Qual seria o efeito, tanto das versões de Lara Croft em vídeo games quanto na versão do filme para adolescentes e mulheres adultas?
 Além de a teoria especular de Lacan, diversas outras teorias surgem para explicar os efeitos da imagem do cinema no imaginário do espectador.

 2.2 O Narcisismo de Lash
 Christopher Lash (O mínimo Eu; 1984) diz que na vida moderna a individualidade transforma-se numa espécie de bem de luxo. Ele acredita que no mundo contemporâneo o narcisismo pode ser definido como o auto-interesse, o egoísmo e a indiferença ao bem comum. O mínimo eu ou narcisista e um eu inseguro de seus próprios limites que almeja reconstruir o mundo a sua própria imagem. Lash acredita que a substituição de um mundo confiável de objetos duráveis por um mundo de imagens oscilantes que torna cada vez mais difícil a distinção entre a realidade e a fantasia. Aqui o narcisismo aparece não somente como auto interesse ou ao egoísmo, mas ao desejo feminino de união com o mundo. O público feminino que se depara com os contornos ditos como “o essencial”, de acordo com as exigências da maioria dos homens, desperta tanto uma necessidade de busca por aquele objetivo visto na imagem, quanto por uma ansiedade por consumir aquele objeto de desejo, mesmo ele se tratando do corpo como uma mercadoria. As mulheres modernas então estariam aptas a ignorar as necessidades primárias humanas em busca destas outras realizações. Seria um modo de agir egoísta, preocupado somente com o bem individual, efeitos colaterais do capitalismo moderno. Assim sendo as imagens do cinema algo próximo do real, e de um real espetacular, prazeroso, perfeito, o ser humano feminino passaria a almejar aquela realidade tentando, a qualquer custo, criar um mundo real a partir daquela fantasia. E , dentro do estudo do filme Tomb Raider, mais uma vez jovens adolescentes do sexo masculino estariam tendo uma demonstração completamente impossível de ser trazida a realidade por quase que 90% das meninas. Conseqüentemente, estas adolescentes se frustram por não poder exibir formas que se destaquem na vida real como acontece nas imagens de tv e cinema.
 Para Lash, a origem dos consumismos estaria nas diversas frustrações e derrotas digeridas pelos EUA desde a Guerra do Vietnã. A tecnologia americana deixou de ser a mais avançada, as falhas na economia e o fracasso da política externa parece ter refletido num fracasso moral mais profundo, numa crise cultural de alguma forma associada com o colapso dos valores tradicionais e a emergência de uma nova forma de auto-gratificação.  Em julho de 1979, o presidente Carter atribuiu o mal da nação ao espírito egoísta e a busca de “coisas”. Num estudo sobre a indústria automobilística feita por Emma Rothschild, mostrou que as inovações promovidas por Alfred Sloan nas técnicas de marketing - a compra do modelo do ano, o constante aperfeiçoamento dos produtos, os esforços para associá-los ao status social, a inculcação deliberada de um apetite ilimitado por mudanças, fazendo com que o indivíduo desacreditasse em seu próprio julgamento, mesmo em matéria de gostos pessoais ( e acreditar no que a indústria propõe).
 Lara é realmente uma mulher extraordinária, mas não real. Foi constituída como um quebra cabeças de partes satisfatórias de um corpo feminino. Das exigências gerais do universo masculino ela foi digitalizada. Como se explicaria então esta forte tendência dos meios de comunicação, no caso, o cinema, de propor fantasias para aquietar outras fantasias e que acabam virando uma utopia para uma realidade de ambos os sexos?
 Para Lash, o efeito psicológico do consumismo está no exercício repetido da auto vigilância constrangida, da submissão ao julgamento dos especialistas, da descrença em sua própria capacidade de tomar decisões inteligentes, falseando a percepção das pessoas tanto em relação a elas mesmas como ao mundo que as rodeia. Como se cada um de nós só valêssemos a opinião alheia e como se essas opiniões fossem capazes de comandar nossas diferentes maneiras de ser fisicamente, de se vestir, de ter. Esse mesmo efeito estimula, de acordo com Lash, um novo tipo de autoconsciência que tem pouco a ver com a instropecção ou a vaidade. Tanto como trabalhador ou como consumidor, o indivíduo não apenas aprende a avaliar-se face aos outros mas a ver a si próprio através dos olhos alheios; aprende que a auto imagem projetada conta mais que a experiência e as habilidades adquiridas. Ele adota uma visão teatral de sua própria performance, numa sociedade que se baseia na produção de massa e no consumo de massa, estimulam uma atenção sem precedentes nas imagens e impressões superficiais. Quando as pessoas reclamam por se sentiram inautenticas ou se rebelam contra o “desempenho de papéis”, dão testemunho da pressão predominante no sentido de que vejam com os olhos dos outros e moldem o eu como mais uma mercadoria disponível para o consumo no mercado aberto.
 A produção de mercadorias e o consumismo alteram as percepções não apenas do eu como do mundo exterior ao eu; criam um mundo de espelhos, de imagens, de ilusões cada vez mais indistinguíveis da realidade. O efeito especular faz do sujeito um objeto e ao mesmo tempo transforma o mundo dos objetos numa extensão ou projeção do eu. O consumidor vive rodeado não apenas por coisas, mas também por fantasias. No filme Tomb Raider,  a dinastia da mulher forte e inatingível vai além das diretrizes corporais. Ela passa a ser também musculosa, ágil, inacreditavelmente lutadora e segura de si mesma - o tempo todo? Este seria um produto, um modelo de corpo e atitudes que são o que os homens querem ou ao menos o que esperam das mulheres.
 A cultura organizada em torno do consumo de massa estimula o narcisismo - que podemos definir para o momento, como a disposição de ver o mundo como um espelho, mais particularmente como uma projeção dos nossos próprios medos e desejos - não porque torna as pessoas gananciosas e agressivas, mas porque as torna frágeis e dependentes. A cultura do consumismo está na venda, independente do meio, de uma necessidade criada, de se obter o tão sonhado prazer e satisfação imediata, de encontrar uma certa felicidade, mesmo que este custe caro. Também esta cultura corrói a confiança na capacidade de entender e formar o mundo e de prover as suas próprias necessidades. O que parece é que você não é mais dono de suas vontades e opiniões. A mensagem é que é.


Porque Elvis mesmo morto, não morreu?

  A cultura do consumo parece propor uma troca: o que não é fantasia não é real. Ao invés do contrário. O consumidor passa a conceber o mundo como uma espécie de extensão do seio, gratificante ou frustradora; reluta em conceber o mundo a não ser em conexão com suas fantasias. Em uma época de imagens e ideologia, entretanto, a diferença entre realidade e fantasia torna-se cada vez mais ilusória. A idéia de que você pode ser tudo que você quiser, passou a significar a possibilidade de as identidades serem dotadas ou descartadas como se troca de roupa.
  Mas nem todos os intelectuais pensam de maneira crítica em relação ao cinema na psicologia humana. Clecak, citado na obra de Lash, defende a idéia de que a maior parte das pessoas do passado, levava uma vida difícil e infeliz. O industrialismo trouxe a gente comum, pela primeira vez uma vasta expansão das oportunidades de satisfação pessoal. Se eles exploram, estas oportunidades de maneira que ofende os intelectuais, o que importa é o fato de terem o direito de escolha. Ele diz que “os excessos deplorados tanto pelos intelectuais conservadores quanto pelos radicais theories, são excessos de imaturidade e darão lugar no devido tempo a alguma coisa melhor”. Quanto ao narcisismo e a cultura do egoísmo, eles podem ser descartados como excessos, subprodutos inevitáveis, efeitos colaterais incômodos do processo social e econômico. Uma visão extremamente ingênua dos efeitos da imagem, quando já são comprovados por diversos estudos da psicologia.

 2.3 Freud e o sonho
Graeme Turner (Cinema como pratica social, 1992) diz que a discussão sobre a relação entre o público e o que ele vê na tela inevitavelmente nos leva a reexaminar aquilo que constitui a experiência de ir ao cinema. A acusação de escapismo geralmente dirigida contra o cinema provavelmente baseia-se na sensação de estar separado da realidade. Estamos sentados no escuro, fazendo parte de um grupo de pessoas, mas separados delas pelo fato de não serem facilmente visíveis; vemos imagens realistas que, no entanto, são representações superdimensionadas do real; sentamos em poltronas confortáveis, a atenção focalizada na tela e nada competindo com esta atenção. A avidez de nossa atenção é inevitável: a estrutura física da sala de projeção indica em si mesma o desejo do público de consumir sons e imagens que serão projetados na sua frente. O fato de que a imagem do cinema se parece real e de que reagimos a ela como se fosse, desperta discussão.
 Vejamos então as semelhanças entre ver um filme e uma condição que é o sonho. Os sonhos não acontecem realmente, embora possamos experimentá-los como se acontecessem. Como nos filmes, os sonhos têm a capacidade de expressar o pensamento por meio de imagens; e também tendem para estruturas narrativas, com a impressão de serem mais do que reais. Para Louis Baudry (1974) o escuro da sala de projeção, uma relativa passividade do espectador e, com o efeito hipnótico das luzes e sombras, acaba por imitar. De acordo com Baudry, o cinema, assim como o sonho é regressivo, pois evoca o que Freud chama de princípio do prazer em detrimento do princípio da realidade. Isso implicaria uma volta as teorias freudianas da estrutura da personalidade, numa versão infantil imatura, do eu em que suas necessidades e desejos (as forças que se escondem atrás do princípio do prazer) dominam a personalidade as custas de considerações contextuais, éticas e sociais. Se Freud sustentava que o desejo está localizado na brecha existente entre o real e o imaginário, então o cinema ocupa essa brecha.

 2.4 As estrelas de Morin


Loira, linda e Sexy

  A estrela de cinema nasceu em 1910, por força da concorrência acirrada entre as primeiras empresas cinematográficas americanas (Edgar Morin, As Estrelas: Mito e Sedução no Cinema, 1989).  De acordo com Morin, ela se desenvolveu ao mesmo tempo em que a concentração de capital na indústria dos filmes, e estas duas evoluções se aceleraram mutuamente. As grandes estrelas tornaram-se apanágio e propriedade das grandes empresas, da mesma forma que se tornariam apanágio e centro de gravidade dos grandes filmes. A constituição do star system é mais um elemento desses desenvolvimentos que uma conseqüência deles. Suas características internas são idênticas à do capitalismo industrial, comercial e financeiro. O star system é fabricação – termo espontaneamente fabricado por Carl Laemmle, o inventor das estrelas de cinema. “A fabricação das estrelas é um fator primordial na indústria do filme”.
 Morin fala do culto pela estrela como uma necessidade de conhecimento fetichista: o peso de uma determinada estrela, ou delas em geral, a comida predileta, a marca de suas cuecas, a medida do peito são portadores de sua presença, dotados da concretude e da objetividade do real na ausência do próprio real. Para explicar tais observações, Morin observa que há um primeiro momento da evolução humana em que o duplo corresponde a uma experiência concreta fundamental: entre os primitivos e as crianças, a primeira visão, a primeira consciência de si é o exterior de si. O “eu” é inicialmente um outro, um duplo revelado por sombras, reflexos, espelhos.
Sobre os “mimetismos de associação”, Morin diz que são as estrelas que conduzem nossos atos, gestos, pose, atitudes, desde o penteado até vestuário. Os mimetismos são a princípio infinitos. Em seu notável desenvolvimento, a indústria da beleza transmite e difunde os padrões modelados pela estrela-padrão, que pode ser arquétipo global como também poder ser particular, cada qual imitando a estrela com a qual se julga mais parecido. Morin crê na existência, dentro da personalidade humana, do mito e da realidade, quando cada um fabrica para si mesmo uma personalidade postiça, que de certa forma é o oposto da personalidade real, mas também é o intermediário através do qual se chega à verdadeira personalidade, que pode nascer tanto da criação como da imitação. E é a estrela que dá o modelo dessa máscara e desse disfarce.
 Joan Ferrès vai mais adiante. (Joan Ferrès, Televisão e Educação, 1996) Diz que é a gratificação mental, derivada das fábulas e das fantasias, que satisfazem uma necessidade básica. “A pessoas precisam dos mitos para viver, como precisamos do ar para respirar.” Ele diz que a identificação se produz quando o espectador assume emotivamente o ponto de vista de um personagem, ao considera-lo reflexo da sua própria situação de vida ou de seus sonhos e ideais.

 2.5 Ferrès, o culto da aparência e as duas vias da comunicação persuasiva


Narciso

 No mito grego, Narciso via seu rosto refletido nas águas e ficava hipnotizado por sua própria beleza e perfeição. A televisão é espelho porque projeta para o espectador uma imagem idealizada de si mesmo e do mundo. (Ferrès, 1996)
 “O problema de Narciso era desconhecer o que se passava com ele. Se acabou morrendo diante da água foi porque não tinha consciência de que a imagem pela qual se apaixonara era seu próprio rosto. O telespectador que está refletindo a si mesmo quando acredita fugir de si pelas imagens da tela corre o risco de ter, como Narciso, tão pouca consciência daquilo que se está passando em sua mente.“
 Usando uma expressão de Jean Baudrillard (1991), “quando aparentemente mais nos aproximamos da realidade, por intermédio de uma imagem em movimento, a cores, sonora e instantânea, mais nos afastamos dela. E ocorre que atualmente o escândalo já não está mais no atentado aos valores morais e sim no atentado contra o princípio da realidade.” Ferrès diz que a televisão, assim como o cinema, tende a potencializar um mundo de aparências, que ele denomina look.  “O que conta é a imagem, a capacidade de sedução. É a vitória do parecer sobre o ser”. É principalmente na vida particular, segundo Ferrès, que se sofre essa tirania da imagem. Nos EUA, as mulheres trabalhadoras urbanas gastam 1/3 de seu salário para manter a forma. É cada vez maior o número de pessoas que sentem-se insatisfeitas com o corpo. O aumento da anorexia está alcançando níveis alarmantes. Nos Estados Unidos ela afeta 5,1% da população e mata 150 mil pessoas por ano. “É um trágico preço a ser pago por viver mais próximo da tirania da imagem que da capacidade de assumir a realidade com maturidade”,  conclui Ferrès.
 A duas grandes vias da comunicação persuasiva, são definidas como uma racional e a outra emotiva. De acordo com Ferrès, a via racional é regida pelo pensamento lógico, atuando por argumentação, enquanto que  a emotiva atua por transferência, por semelhança, por associação. A racional pretende convencer, enquanto que a persuasiva, seduzir, atrair o receptor pelo fascínio. Para educar, os pais se utilizam da via racional e para entreter ou divertir, a emocional. “Esta estratégia contrasta com a que os profissionais de persuasão televisiva utilizam. Eles tendem a recorrer de maneira aberta à via emotiva.” Ou seja, ao corpo como mercadoria de status, como carros de última geração. Ferrès diz que o relato e o discurso ativam neurônios cerebrais distintos, já que se movem em esferas tão distintas quanto o mundo da reflexão e o da emoção. Assim acredita-se que todo tipo de ficção tem uma ideologia implícita. "E é a concepção ingênua sobre entretenimento por parte da maioria das pessoas que os faz particularmente vulneráveis e o que transforma o entretenimento no sistema de socialização, intencional ou não, mas eficaz.” (Ferrès, 1996)

 2.6 Identificação com o público
 Turner (Graeme Turner, Cinema como prática Social - 1992) diz que nos identificamos ou vemos a nós mesmos nas personagens da tela. E comum julgar-se que heróis da tela oferecem algum tipo de satisfação do desejo, supondo que nossa admiração por um ou outro entre eles e uma expressão de um desejo que, mesmo inconscientemente, gostaríamos de realizar.  As mulheres que assistirem Lara Croft certamente devem desejar uma de suas perfeitas qualidades: as coxas, os braços, os peitos, a força, as tranças. E os homens a desejam por representar a maturidade de suas fantasias. Não que não existam exceções, mas que a idéia de poder soquear dezenas de homens ao mesmo tempo e ser uma heroína aos moldes das modelos de sucesso  nos faz ir em busca de tais características. Também não é a toa que as academias de kickboxer, jiu-jitsu e artes marciais nunca contaram com tantas mulheres no tatami.


 Argumenta-se também que nos identificamos com os mecanismos do cinema porque estes se tornam extensões de nós mesmos a partir do significado da câmera como o olho humano. Quando nos identificamos com algum personagem, Turner aponta que esta é uma conseqüência de ver a tela como se fosse um espelho de nós mesmos e de nosso mundo (Lacan).
 Dudley Andrew (1984) afirma:
 ”Nossa fascinação pelos filmes agora é considerada não tanto uma fascinação com determinadas personagens e enredos quanto uma fascinação pela imagem em si mesmo baseada numa primitiva fase do espelho de nossa evolução psíquica. Assim como fomos confrontados com a gloriosa visão no espelho quando crianças, agora nos identificamos com a apresentação gloriosa de um espetáculo na tela.”
  Turner acrescenta que parece haver aspectos do processo de identificação com o filme que emanam de nossos impulsos mais primários. Seriam eles: prazer narcisista (ver a si próprio refletido na tela); voyeurista (apreciar o poder da imagem de outro na tela) e fetichista (uma maneira de enxergar o poder de coisas materiais ou de pessoas a fim de lidar com o medo que se tem delas. “São todas expressões da sexualidade humana ou deslocamentos de desejos; pode-se dizer que todos oferecem os meios de identificação  entre o filme e o público.”
 3. O CORPO

Concurso Miss Universo, 1958
  Estudos feministas sobre a representação do feminino no cinema têm focalizado, como era de se prever, a comercialização do corpo feminino, a exploração do corpo da mulher como espetáculo de cinema e a negação de que o cinema contemporâneo tenha promovido qualquer mudança significativa nesses padrões de representação e exploração. Laura Mulvey (1975) afirma que a fascinação do filme “é reforçada por padrões preexistentes de fascinação já em funcionamento dentro do indivíduo e das formações sociais que o moldaram”. O Cinema Hollywoodiano é construído para a ‘contemplação masculina’, isto é, o ponto de vista dominante ao qual se dirigem as narrativas é masculino e os prazeres visuais do filme - incluindo o espetáculo do corpo feminino - também são principalmente para o corpo feminino.
 Turner diz que “há o prazer de ver formas e imagens pelo simples gosto de observá-las, ou com uma espécie de saída para fazer compras a fim de compor a própria representação da pessoa”.

 3.1 A cultura da estética perfeita
 Estrelas cinema convivem com a pressão constante do star system. Pretendentes ao estrelato e a vida glamourosa enfrentam ilimitadas condições para tal. Bisturis, implantes, injeções, dietas. A revista Época do mês de Abril traz uma reportagem sobre a Miss Brasil Juliana Borges e a cirurgia plástica. No total foram 19 intervenções feitas por um cirurgião de Porto Alegre. De acordo com a reportagem, com 1, 80m e 58 quilos, a modelo aumentou o busto para chegar aos 90cm, harmonizados com a mesma medida dos quadris. Lipoaspirações na barriga e nas costas afinaram a cintura para os atuais 60cm. Aos cabelos acrescentou-se um aplique o fez crescer 10cm.
  No ano 2000, os médicos brasileiros fizeram 350 mil cirurgias plásticas, 30% mais do que no ano interior. Do total, 100 mil forma lipoaspirações. Um dos cirurgiões mais procurados de São Paulo, Paulo Muller, diz que está preocupado com o que ele denomina “síndrome de Miss Brasil”.
  Em 1980, a idade dos brasileiros que faziam cirurgia plástica era de 55 anos. Hoje caiu para 35 anos. “Toda veneração é um reconhecimento da sua própria insuficiência”, revela Ferrès (Televisão Subliminar, 1998). Ele acredita que esses comportamentos irracionais são uma conseqüência do caráter de envolvimento da sedução que os mitos exercem. “As estrelas são vividas como prolongações da própria personalidade, como compensações da própria personalidade, como compensações das próprias limitações e carências”. No cinema, o espelhamento é ainda maior. Os seios fartos de Lara Croft e o corpo escultural são regras básicas para que as mulheres pareçam normais. Ao longo de mais de um século de história, o cinema se revelou como um meio extraordinariamente eficaz na indução de comportamentos, de modas e de valores. Segundo Ferrès, há muitos casos significativos, ao longo do século, no que se refere à moda. Em 1936, o penteado liso de Greta Garbo mudou a moda dos cabelos. A cabeleira loura de Marilyn Monroe não só foi copiada por multidões de fãs, inclusive por outras estrelas como Madonna e Marta Sanchez, nas Espanha. Quanto ao modo de se vestir, Marlene Dietrich e Greta Garbo impuseram um tipo de vestir um tanto masculino, a base de calças e casacos amplos. Joan Crawford popularizou as ombreiras nos vestidos enquanto que Catherine Hepburn, a moda das calças para mulheres.

 Greta Garbo

As estrelas influenciam muito mais do que parece nos comportamentos femininos, principalmente. Influenciam na hora de se vestir, na hora de medir a porcentagem de gordura do corpo, na hora de cortar e pintar o cabelo. Ferrès acredita que não se pode tratar de uma decisão racional. “É sem dúvida, uma decisão emocional, embora precise, numa última fase, de um processo de racionalização”.
   As estrelas de cinema pagam caro para refletir a imagem do mito, resistente ao tempo e ao envelhecimento. As constantes visitas aos cirurgiões plásticos dão relevo a uma atitude obsessiva por responder às expectativas. Elisabeth Taylor visitou cirurgiões plásticos incontáveis vezes durante quatro décadas para realizar estiramentos epidérmicos. Richard Gere eliminou rugas ao redor dos olhos e pescoço. Julia Roberts deve ao colágeno a sensualidade de seus lábios. Kim Bassinger, que teve que corrigir até mesmo um estrabismo conseguiu seus lábios carnudos graças ao silicone, e em várias ocasiões recorreu aos liftings. É a outra face do estrelato, o drama das estrelas que são obrigadas representar o que aparentam ser, condenadas a responder sua imagem e, ao mesmo tempo, a lutar contra o desgaste do tempo contra suas próprias imperfeições físicas. E humanas.
  Nas mulheres “comuns”, as obsessões costumam se concentrar no excesso de peso, que se reflete em doenças como anorexia nervosa e que afeta adolescentes entre 12 e 25 anos. As anorexas se vêem gordas mesmo estando em pele e ossos. São pois, uma manifestação evidente do caráter subjetivo da percepção, um exemplo inapelável de como os desejos e temores podem distorcer s percepções. Nos EUA, de cada 100 adolescentes, 20 são anorexicas e 6 bulímicas.
  A edição da revista TIMES do mês de julho de 2001 traz a dançarina Carla Perez na Capa e a preocupação de como as mulheres latinas estão esculpindo o corpo de acordo com os modelos americanos. Seria culpa do imperialismo cultural? Na busca desenfreada por um novo visual e aumento da auto-estima, as brasileiras lideram o ranking mundial, Entre 1996 e 1999, o número de cirurgia plástica aumentou 50%. Enquanto que nos EUA cerca de 2/3 das cirurgias são reconstrutivas, no Brasil 60% são estéticas. Para o sociólogo venezuelano Roberto Briceño Leon, a mania do silicone é resultado do imperialismo cultural. “A cultura dos seios fartos é acompanhada por uma verdadeira blitz da mídia nacional”. Feiticeira, Sheila Carvalho, Sheila Melo, Xuxa, Gisele, mulheres frutas.
 Há pouco tempo as pessoas procuravam os cirurgiões para corrigir defeitos ou para tratamentos simples de pele decorrentes do envelhecimento. Hoje estão mais preocupados em preencher de uma vez as lacunas que separam a fantasia do real, os mitos da perfeição na imagem do cinema, nos corpos reais.
 CONCLUSÃO
  O que a geração Carla Perez, mulheres reais, tem em comum com Lara Croft, personagem virtual? O corpo. Vítimas de modismos e culturas ao corpo, as mulheres agora, livres do machismo das décadas passadas enfrentam o erotismo exarcebado como única forma de ser valorizada como tal. A confusão das fronteira do real e do sonho já não são mais merecedoras de atenção pelo espectador feminino. O prazer do hipnotismo causado pelo mercado pós-moderno audiovisual e das indústrias do consumismo agora sorri de arma ao punho e peitos enormes, como se enfim chegassem ao topo da K-2, de shortinho e regata. E salta discretamente qualquer burburim que lhe  denote semelhança com manipulação ou persuasão subliminar, caindo sempre em terreno seguro, sem sequer um mínimo arranhão. E as clínicas de cirurgia plástica transbordam de mulheres e adolescentes consultando de um lado, enquanto que caminhões do Sedex entregam encomenda de próteses de silicone, bundas e panturrilhas... de outro.
   Enquanto isso, consórcios de implantes de silicones vão sendo criados, por que aqueles desprovidos de condições financeiras também amam e não estão isolados do mundo da cultura do corpo perfeito. E meninos crescem arquivando modelos de mulheres que simplesmente não existem quando eles desligam o vídeo game ou quando saem das salas de cinema. Na escola, são as meninas adolescentes que exibem os peitos precocemente como se estivessem num salão de bordel prontas para serem escolhidas. E as que não tem, abrem mão da Disneilândia e da valsa dos 15 anos em prol do sutiã 44. Mas claro! Se as dançarinas dos programas televisivos, além de serem idolatradas por milhares de meninos do Brasil inteiro, ainda recebem fortunas se divertindo, porque todo o resto deve sonhar em se esconder detrás de mesas de universidades durante nove horas por dia, ir pra casa criar filhos e ainda assistir espetáculos televisivos de corpos exuberantes enquanto seu marido sorri para a tela? Nada mal em transformar o mundo terreno no jardim do Éden, com direito a bunda sem celulites, peito que nunca cai, cerveja que não engorda e cigarros que não matam.
  Azar de quem não tiver dinheiro pra comprar seu lugar no paraíso...
4. BIBLIOGRAFIA
CASSEL, Justine. From Barbie to Mortal Kombat – Londres: MIT Press, 1998;FAGES, Jean-Baptiste. Para Compreender Lacan; FERRÈS, Joan. Televisão e Educação - Porto Alegre: Artes Médicas, 1996; FERRÈS, Joan. Televisão Subliminar – Porto Alegre: Artmed, 1998; LASH, Christopher.  O mínimo Eu  - São Paulo: Brasiliense, 1990;MORIN, Edgar. As estrelas - mito e sedução no cinema – Rio de Janeiro: José Olympio, 1989; STACEY, Jackie. Star Gazing – New York: Routledge, 1994;TURNER, Graeme. Cinema como prática Social – São Paulo: Summus, 1992;REVISTAS: Época, edição 3 de 2001 Matéria “A reconstrução do Corpo”; Set, edição de julho de 2001 Matéria “Angelina Jolie é Lara Croft”;Time, edição de julho de 2001 Matéria de Capa - Publicado 25th October 2012 por Simões-Derzett Instituto Corpo Mente.
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