Tenho observado uma ideia estranha de amor que muitas
pessoas parecem ter: eles vêem o amor como uma espécie de presente que tem que
ser dado de volta. Alguém diz: “Eu te amo”, e se a outra pessoa não responde
com um “eu também te amo”, a primeira pessoa fica chateada. Mas o amor nem
sempre tem que ser recíproco. Nós podemos apenas amar. Se o amor não vier de
volta para você, ele ainda é o amor que você deu e que você sente. Nem sempre
temos que receber algo de volta para o que damos, não é?” (Karmapa)
A paixão apegosa
A paixão apegosa é o
oposto de amor, surge de um egocentrismo que acarinha a si mesmo no outro, ou
pior, busca construir a propria felicidade as expensas do outro. Esse tipo de
sentimento só quer se apropriar das pessoas, objetos e situações que o atraem
para ter controle. Considera a atração como uma caracteristica inerente a
pessoa, cujas qualiaddes amplia e subestima os defeitos.
A paixão romantica é
o maior exemplo de cegueira. O dicionario
define ”Um amor poderoso, exclusivo e obsessivo. Afetividade violenta que atrapalha o julgamento.” Ela
é alimentada pelo exagero e pela ilusão
e insiste em que as coisas sejam outras, diferentes de como realmente são. Como
uma miragem, o objeto idealizado é insaciavel e fundamentalmente frustrante.
”A atração sexual não é patologica, mas também não é uma
emoção. É a expressao normal de um desejo, como a fome e a sede.”. Mesmo assim
faz surgir as mais poderosas emoções porque sua força deriva dos 5 sentidos: visão tato, audicao, paladar e olfato. Na ausencia
de liberdade interior, qualquer experiencia desse tipo gera apego e cria um
redemoinho: não damos atenção, pensamos que podemos nadar ali sem problemas,
mas quando o turbilhao acelera e fica mais profundo, somos sugados para dentro
dele sem nenhuma esperanaç de resgate. Já a pessoa que consegue manter uma
perfeita liberdade interior experimenta todas sensações na simplicidade do
momento presente, com o deleite de uma mente livre de apegos e expectativas.
“O apego é exatamente o oposto do amor. O amor diz: quero
que sejas feliz.O apego diz: quero que me faças feliz.” (Tenzin Palmo)
O amor verdadeiro é aquele que é livre de apegos, ser
desapegado não significa amar menos e sim não estar centrado no amor por nós
mesmos nos escondendo no amor que dizemos sentir pelo outro. O amor real é a
alegria de compartilhar da vida daqueles que estão a nossa volta, seja eles
seus amigos, familiares, esposa ou marido.
Amor não é algo que você quer, amor é algo que você dá,
oferece. Lama Tsering Everest
”Quanto mais cedemos
ao apego, mais ele se aprofunda, faz-nos querer mais e mais. Não há contentamento
ou satisfação no apego. “Entretanto, se você está apegado a uma pessoa e quer
todas aquelas coisas românticas para apaziguar a mente – alguém com quem se
aconchegar, alguém que o conforte, que seja docem gentil e carinhoso com você –
todos esses anseios românticos parecem simples de conseguir. Mas, na verdade,
as coisas nunca acontecem assim. Esse anseio romântico deve ser verificado,
examinado, e você deve se livrar dele desde o fundo do seu ser. Do contrário,
você ficará desapontado com o mundo ou será muito duro consigo mesmo, pensando
que há algo errada com você. Nenhuma dessas situações será agradável. Não é
possível satisfazer esses desejos românticos, porque os seres não são tão
simples. Você não tem como programar o outro para ele ser daquela forma. Os
seres vêm com pacote completo. Você não pode se casar com o que lhe convém.
Você casa com o pacote inteiro” – “Felicidade Incomum”. Dzigar Kongtrul
Rimpoche
Do Desejo à Obscessão
O desejo obsessivo
que costuma acompanhar o amor apaixonado deturpa a afeição, a ternura e a
alegria de apreciar e compartilhar a vida com alguém. Ele é o oposto do amor
altruísta. Surge de um egocentrismo doentio que acarinha a si mesmo no outro
ou, ainda pior, busca construir a própria felicidade às expensas do outro. Esse
tipo de desejo só quer se apropriar das pessoas, dos objetos e das situações
que o atraem para ter controle. Considera a atração como uma característica
inerente àquela pessoa, cujas qualidades ele amplia, enquanto subestima os
defeitos. “O desejo embeleza os objetos sobre os quais pousa as suas asas de
fogo” , ressaltou Anatole France.
O desejo obsessivo é reflexo da intensidade e da frequência
das imagens mentais que o desencadeiam. Como um disco riscado, fica repetindo o
mesmo leitmotiv. É uma polarização do universo mental, uma perda de fluidez,
que prejudica a liberdade interior. Alain escreveu: “Este amante desprezado,
que se contorce sobre a cama em vez de dormir e que medita sobre vinganças
terríveis. O que sobraria da sua ferida se ele não pensasse mais sobre o
passado e sobre o futuro? Este ambicioso, ferido no coração por um fracasso,
onde procurará ele sua dor, senão em um passado que ressuscita e em um futuro
que inventa?”
Essas obsessões tornam-se muito dolorosas quando não são
atendidas e vão ficando cada vez mais fortes quando o são. O universo da
obsessão é um mundo onde a urgência se vincula à impotência. Somos pegos por
uma engrenagem de tendências e pulsões que conferem à obsessão um caráter
lancinante. Outra de suas características é a insatisfação fundamental que ela
suscita. Ela não conhece a alegria e muito menos a plenitude ou a realização.
Não poderia ser de outra maneira, já que aquele que é vítima da obsessão
insiste em buscar alívio exatamente naquelas situações que são as causas do seu
tormento. O dependente de drogas reforça a sua dependência, o alcoólatra bebe
até chegar ao delírio, o amante desprezado olha para a foto da sua amada o dia
todo. A obsessão gera um estado de sofrimento crônico e de ansiedade, aos quais
se somam, por sua vez, o desejo e a repulsa, a insaciabilidade e a exaustão. Na
verdade, ela é um adendo às causas do sofrimento.
Estudos indicam que
diferentes regiões do cérebro e diferentes circuitos neurais estão em ação
quando “queremos” alguma coisa e quando “gostamos” dela. Isso nos ajuda a
compreender pelo qual, quando nos acostumamos a sentir certos desejos,
tornamo-nos dependentes deles – continuamos a sentir a necessidade de
satisfazê-los mesmo quando já não gostamos do sentimento que provocam. Chegamos
ao ponto de desejar sem gostar, desejar sem amar. No entanto, podemos querer ser livres da
obsessão, que machuca porque nos compele a desejar aquilo que não nos agrada
mais. Podemos, também, amar alguma coisa ou alguém sem necessidade desejá-los.
'Nos ciúmes existe
mais amor-próprio do que verdadeiro amor'.
(Rochefoucauld)
Pesquisadores
implantaram, em determinada região do cérebro de ratos, eletrodos que produziam
sensações de prazer quando estimulados. Os ratos descobriram que podiam
aumentar a intensidade do prazer ao apoiar os eletrodos em uma barra. A
sensação de prazer era tão intensa que eles logo abandonaram todas as outras
atividades, inclusive a alimentação e o sexo. A busca dessa sensação
transformou-se em uma sede insaciável, uma necessidade incontrolável, e os
ratos pressionaram a barra até caírem mortos de exaustão.
'O amor é a ausência de julgamento' (Dalai Lama)
'A liberação do apego
significa a liberação da nossa própria energia. Para liberar a energia, a
própria prática da meditação é a melhor prática porque a gente senta em
silêncio, não tem nada para fazer. [...] A pessoa está parada, mas ela está
treinando manter a energia parada. Isso é muito importante, porque nesse
momento nós só sabemos movimentar a energia no meio de coisas condicionadas,
ligadas ao apego. Se a gente consegue movimentar a energia e mantê-la estável,
sem flutuar com a falta de coisas associadas ao controle, então isso já é a
emancipação da prática do controle.' (Lama Padma Samte)
Desejo, Amor & Apego
Como distinguir entre
o amor verdadeiro e o apego possessivo?
O amor altruísta pode ser comparado ao som
puro que vem de um copo de cristal, e o apego ao dedo que, ao tocar a beira do copo, abafa esse som.
Reconhecemos desde o princípio que a
ideia de uma mor desprovido de apego é
relativamente estranha à sensibilidade ocidental. Ser desapegado não significa que amamos menos a
pessoa, mas que não estamos centrados no
amor por nós mesmos nos escondendo no
amor que dizemos sentir pelo outro. O amor
altruísta é a alegria de compartilhar da vida daqueles que estão à nossa volta – os nosso familiares, os
nossos amigos, os nossos companheiros, a
nossa esposa ou o nosso marido – e contribuir para a felicidade deles. Amamos o
outro por aquilo que ele é e não através da lente distorcida do egocentrismo.
Em vez de ficarmos apegados ao outro, temos que ter em mente a felicidade dele;
em vez de esperar que ele nos traga alguma gratificação, podemos receber o seu
amor recíproco com alegria.
E depois podemos ir
ampliando e estendendo esse amor. É preciso ser capaz de amar todas as pessoas
incondicionalmente. Amar um inimigo – isso é pedir demais? Esse empreendimento
pode parecer impossível, mas baseia-se em uma observação muito simples: a de
que todos os seres, sem exceção, querem evitar o sofrimento e conhecer a
felicidade. O amor altruísta genuíno é o desejo de que isso possa se realizar.
Se o amor que oferecemos depende do modo como somos tratados, nunca seremos
capazes de amar o nosso inimigo. No entanto, é certamente possível ter a
esperança de que ele pare de sofrer e seja feliz!
Como conciliar esse
amor incondicional e imparcial com o fato de que temos na nossa existência
relações preferenciais com certas pessoas? Tomemos o sol como exemplo. Ele
brilha para todos, com o mesmo calor e a mesma claridade, em todas as direções.
Mas há seres que, por diversas razões, se encontram mais perto dele e que, por
isso, recebem mais calor. Mas em nenhum momento essa situação privilegiada é
uma exclusão. Apesar das limitações inerentes a qualquer metáfora,
compreendemos que é possível gerar em si mesmo uma bondade a partir da qual
chegamos a olhar para todos os seres como se fossem pais, mães, irmãos, irmãs
ou filhos. No Nepal, por exemplo, chamamos qualquer mulher mais velha do que
nós de “grande irmã”, e a mulher mais nova, de “pequena irmã”. Essa bondade
aberta, altruísta e atenciosa, longe de diminuir o amor que sentimos por
aqueles que nos são mais próximos, só o faz aumentar, aprofundar-se e ficar
ainda mais belo.
É claro que temos que ser realistas –
concretamente é impossível manifestar da mesma maneira a nossa afeição e o
nosso amor por todos os seres vivos. É normal que os efeitos do nosso amor
envolvam mais determinadas pessoas do que outras. No entanto, não há razão para
que uma relação especial que temos com um amigo ou um companheiro limite o amor
e a compaixão que sentimos por todas as pessoas. A essa limitação, quando
surge, damos o nome de apego. O apego é nocivo na medida em que, sem propósito
algum, restringe o campo de ação do amor altruísta. É como se o sol deixasse de
brilhar em todas as direções e se reduzisse a um estreito feixe de luz. O apego
é fonte de sofrimento porque o amor egoísta se bate contra as barreiras que ele
mesmo levantou. A verdade é que o desejo possessivo e exclusivista, a obsessão
e o ciúme só têm sentido no universo fechado do apego. O amor altruísta é a mais
expressão da natureza humana, quando essa natureza não é viciada, obscurecida e
distorcida pelas manipulações do ego. O amor altruísta abre uma porta interior
que torna inoperante o sentimento de importância de si mesmo e, portanto,
também o medo desaparece. Ele nos permite dar alegremente e receber com
gratidão. (Matthieu Ricard)
Sobre o Amor
Em primeiro lugar nós
temos a palavra Maitri que pode ser traduzida como “amor” ou “amorosidade”. É a
intenção e a capacidade de trazer alegria à outra pessoa ou à várias pessoas. A
intenção não é suficiente, por que as vezes você quer muito fazer o outro feliz
mas você o faz infeliz. Então a intenção não é suficiente. A capacidade de
fazer outra pessoa feliz. E como? Pelo trabalho de olhar profundamente , por vipassana.
Se você não entende uma pessoa você não pode amar, este é o ensinamento do
Buda, então o amor é feito de uma substância chamada entendimento. E o
entendimento é o resultado de olhar profundamente. Você está calmo, você olha,
você vê, você entende, e agora você pode amar.
Por que para amar alguém com intensidade significa fazer
essa pessoa feliz e sorridente, florescendo como uma flor. E a menos que você
conheça a natureza, as dificuldades, o desespero e a esperança dessa pessoa,
você não pode trazer para ela o certo que pode faze-la feliz. E você faz isso
apenas para o bem da pessoa que você ama. Você não diz “…eu faço isso pra você
e você tem de fazer aquilo por mim…” isso não é Maitri , isso é um tipo de
troca não é amor. Você faz isso sem nenhuma condição.
O segundo aspecto do
amor é Karuna : a capacidade de transformar, de remover a dor de outra pessoa.
A outra pessoa pisa num espinho e sofre, você vem e remove o espinho e coloca
um bálsamo nele e você alivia o sofrimento, isso é Karuna. E você faz isso sem
pedir nada em troca. E isso também requer seu poder de entendimento, e apenas
através desse tipo de insight você pode começar a amar corretamente. E
portanto, o amor, no contexto budista, é uma prática. A prática de olhar
profundamente e não apenas a intenção de fazer o outro feliz. Amor é ação e o
símbolo da ação é a mão.
Quando você entra num
mosteiro tibetano, ou num nosteiro viatinamita, você pode ver uma imagem de
Buda com mil braços. Isso significa que o Buda tem mil maneiras de amar. De
outra forma você não entende por que ele tem tantos braços. E se você olhar
mais profundamente em cada palma da mão tem um olho, e esses olhos significam:
olhando profundamente para entender, e se você não olha profundamente para
entender como você pode amar? Então “o entender” é a essência do amor e o amor
é feito de entendimento. Você não pode amar uma pessoa se você não a entende.
Isso é simples. E se você a ama sem entendê-la você a está fazendo sofrer. Isso
não é amor verdadeiro. Pivra a outra pessoa de espaço, de liberdade, de frescor
e você pode ver isso. E quando a outra pessoa não está nutrida de amor você não
será nutrido de amor. Quando você tem esse amor e essa amorosidade você é o
primeiro a lucrar com essa prática.
O homem ou mulher que forem motivados por Maitri e Karuna
são lindos em si mesmos e é claro que a pessoa que ele ou ela ama também é
linda, por que ela é regada com Maitri e Karuna. Então quando a outra pessoa
não parece feliz, nós sabemos que tem algo errado com nosso amor. Nós deveríamos
parar de dizer “…eu a amo tanto e fiz tudo ao meu alcance para fazê-la feliz,
por quê ela não é feliz?, ela não quer ser feliz…”. Nós não deveríamos acusa-la
(culpa-la) assim. Deveríamos voltar e olhar profundamente a natureza do nosso
amor. Para ver onde nós entendemos essa pessoa e o seu sofrimento.
No começo ela é uma
flor mas agora ela não parece uma flor e nós a culpamos por não ser nossa flor.
Mas quem é a pessoa responsável pela flor? Você. O que você tem feito para a
sua flor? O amor se tornou ódio e agora você tem uma opinião diferente, você
acha que a separação é o melhor, “…eu não posso mais viver com ela…” justamente
a afirmação oposta. Então amor transformado em ódio é muito comum, e protanto
você deve praticar diariamente para manter o amor vivo, e amor no contexto
budista é Maitri e Karuna: trazer alegria e transformar o sofrimento da outra
pessoa. E como você pode fazer isso se você não está calmo o suficiente, se
você não olha profundamente para ela de maneira a ver que tipo de necessidade
ela tem? Que tipo de sofrimento ela tem? Quem não precisa de meditação? (Tchich
Nhat Hanh)
'Quando pensamos em
nós mesmos como possuidores de pessoas, o desejo de controlá-los e os
consequentes sentimentos de traição podem ser especialmente fortes. Nós
tendemos a vigia-los cuidadosamente o tempo todo para ver o que eles estão
fazendo ou podem estar fazendo. Esta vigilância nascida da ansiedade cria muita
tensão. Se pensarmos que possuímos alguém, se “temos” eles, nós botamos um
“nós” e “eles”. Isso por si só é uma fonte de separação. Nós realmente criamos
um abismo entre o possuidor e o possuído . Quanto mais sentimos separação entre
nós e eles, mais vamos tentar controlá-los. Tornamo-nos mais preocupados com a
nossa capacidade de segurarmos eles do que com apreciar o nosso contato com
eles. ' -Sharon Salzberg | Lovingkindness
Mãe
'A boa mãe é aquela que vai se tornando
desnecessária com o passar do tempo.
Várias vezes ouvi de um amigo psicanalista essa frase, e ela sempre me soou estranha. Chegou a hora de reprimir
de vez o impulso natural materno de
querer colocar a cria embaixo da asa, protegida de todos os erros, tristezas e perigos. Uma
batalha hercúlea, confesso. Quando
começo a esmorecer na luta para controlar a super-mãe que todas temos dentro de
nós, lembro logo da frase, hoje absolutamente clara. Se eu fiz o meu trabalho
direito, tenho que me tornar desnecessária. Antes que alguma mãe apressada me
acuse de desamor, explico o que significa isso. Ser “desnecessária” é não
deixar que o amor incondicional de mãe, que sempre existirá, provoque vício e
dependência nos filhos, como uma droga, a ponto de eles não conseguirem ser
autônomos, confiantes e independentes. Prontos para traçar seu rumo, fazer suas
escolhas, superar suas frustrações e cometer os próprios erros também. A cada fase da vida, vamos cortando e refazendo o
cordão umbilical. A cada nova fase, uma nova perda é um novo ganho, para os
dois lados, mãe e filho. Porque o amor é um processo de libertação permanente e
esse vínculo não pára de se transformar ao longo da vida. Até o dia em que os
filhos se tornam adultos, constituem a própria família e recomeçam o ciclo. O
que eles precisam é ter certeza de que estamos lá, firmes, na concordância ou
na divergência, no sucesso ou no fracasso, com o peito aberto para o aconchego,
o abraço apertado, o conforto nas horas difíceis. Pai e mãe – solidários –
criam filhos para serem livres. Esse é o maior desafio e a principal missão. Ao
aprendermos a ser “desnecessários”, nos transformamos em porto seguro para
quando eles decidirem atracar.'
'Dê a quem você Ama: Asas para voar, Raízes para voltar e Motivos para ficar…'
Fonte: http://www.budavirtual.com.br/apego-e-o-oposto-do-amor/