sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Tradição: Bolo de Reis




    Tendo o nome alusivo aos 3 Reis Magos - o Bolo de Rei é um bolo típico português que se come tradicionalmente entre o Natal e o Dia de Reis. Porém, sua origem remonta, ao tempo dos romanos. Estes tinham por hábito eleger o rei da festa durante os banquetes festivos, o que era feito tirando à sorte com favas, pelo que era também designado por vezes de rei da fava. A Igreja Católica aproveitou o facto de aquele jogo ser característica do mês de Dezembro e decidiu relacioná-lo com a Natividade e com a Epifania,  ou seja, com os dias 25 de Dezembro e 6 de JaneiroA influência da Igreja na Idade Média determinou que esta última data fosse designada por Dia de Reis e simbolizada por uma fava introduzida num bolo, cuja receita se desconhece atualmente.

   O Bolo de Rei atual terá surgido na corte de Luís XIV, em França, para as festas do Ano Novo e do Dia de Reis. Vários escritores da época escreveram sobre esta iguaria, até mesmo Greuze a celebrou num famoso quadro com o nome de Gâteau dês Róis. Com a Revolução Francesa em 1789 o bolo-rei foi proibido, só que os pasteleiros, que não quiseram perder o negócio, em vez de o eliminarem decidiram continuar a confeccioná-lo mudando-lhe o nome para Gâteau dês Sans-culottes.

   Assim, o Bolo de Rei popularizado em Portugal no século XIX seguiu uma receita originária do sul de Loire, um bolo em forma de coroa feito de massa lêveda. Tanto quanto se sabe, a primeira casa onde se vendeu este bolo em Portugal foi a Confeitaria Nacional, em Lisboa, por volta de 1870. O responsável foi o afamado confeiteiro Gregório, que se baseou numa receita que Baltazar Castanheiro Júnior trouxera de Paris. Aos poucos, outras confeitarias da cidade passaram também a fabricar o Bolo de Rei, originando assim várias versões diferentes. 

   Mas a forma tradicional  do Bolo de Rei é arredonda, com grande buraco no centro, é feito de uma massa branca e fofa misturada com passas, frutos secos e frutas cristalizadas. Tradicionalmente no interior do bolo encontravam-se também uma fava seca e um pequeno brinde, normalmente feito de metal. A fava dava a quem a recebesse, em uma fatia, o direito de pagar o próximo Bolo de Rei, e o brinde dava sorte a quem o encontrasse. Consta que havia ainda quem colocasse nos bolos pequenas adivinhas, cuja recompensa seria meia libra de ouro, ou mesmo as próprias moedas de ouro, como forma de presentear a quem se oferecia o bolo.

               

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