domingo, 29 de junho de 2014

Daenerys: Mãe dos Dragões


Daenerys by Elias Fernandes

   Quem leu a saga Games of Thrones ou vem acompanhando a serie televisionada, com certeza já observou a complexidade de seu núcleo de personagens. Dentre eles está uma personagem feminina de grande destaque a Daenerys Targaryen, que possui tantos títulos que se gasta um bom tempo ao nomeá-los pois ela é  'A Filha da Tormenta, A Não Queimada, Mãe de Dragões, Rainha de Mereen, Rainha dos Ândalos e dos Primeiros Homens, Quebradora de Correntes, Senhora dos Sete Reinos, Khaleesi dos Dothraki, a Primeira de Seu Nome'.

   Com o final da quarta temporada, a idéia de um post sobre a possível origem de um dos títulos mais enaltecidos - o de Mãe dos Dragões, veio à tona.

   Conta-se que quando a Terra ainda era muito jovem, a alma das pessoas viviam separadas de seus corpos, e coabitavam entre os espíritos da Natureza; tomando por vezes, formas estranhas principalmente, nas mulheres conhecidas por 'curadoras'. Fato este, que obrigavam-nas à uma vida solitária nas florestas, longe das aldeias e de seus entes queridos, porque, enquanto para as pessoas ‘normais’, sem esse tipo de dom específico, a alma ocupava o corpo de animais domésticos (gato, cão, macaco),e até mesmo, de um elefante... Estas mulheres tinham suas almas atreladas a dragões.  Este, era considerado um animal além de nobre, companheiro, excelente conselheiro, de grande poder e praticamente, indomável a não ser diante de poder semelhante.
   Com isso, os dragões eram chocados com muito cuidado, normalmente em uma  gruta escondida, e na ausência da luz, para que a primeira face que vissem fosse a da sua futura ama e Senhora. E quando desse contato feito, o rosto feminino ficava impresso no seu coração, e ao qual ele seria fiel até a morte.
   Durante todo seu desenvolvimento, o dragão era acompanhado de perto e envolto de todo o amor, carinho e dedicação por sua ama/Senhora,  a compreensão entre eles, se dava de forma telepática para que progressivamente ele fosse dando guarida a alma dela. O primeiro teste de total lealdade e, também um rito de passagem para a fase adulta do animal era um vôo, onde ele era montado por sua Senhora (em pelo) ou melhor, em escamas.
   Infelizmente com a vinda dos tempos sombrios a energia da Terra tornou-se tão densa, que as pessoas foram esquecendo dos seres incríveis que outrora compartilhavam do mesmo espaço, e passaram a acreditar que tudo eram  apenas, lendas... Nas florestas continuaram a morar as mulheres-curadoras e os seus dragões porém, ambos foram afetados; passando a fazer parte integral das mesmas. Foi onde a sabedoria antiga também se perdeu (ou adormeceu)… E ao invés, das senhoras domarem os dragões, começou a acontecer o contrário, e claro isso não foi bom. Restaram pouquíssimas Senhoras de dragão, e as mesmas viviam tão escondidas e em comunhão tão perfeita com a Natureza que; deixaram  realmente de ser humanas e como tal, apenas visíveis aos olhos inocentes de crianças muito pequenas e/ou aos de coração muito puro.

   Há uma história digamos mais recente, muito elencada nos anos 70, 'da menina-dragão da Irlanda' – ela ia passar os Verões na casa de sua avó, e sempre gostava de brincar no bosque, onde ficava por horas a observar os pássaros e os esquilos, dentre outros animais. Em um dia pega de surpresa por uma chuva forte; abrigou-se em um buraco na terra. Até então; pensava ela ser um buraco escavado por marmota mas no seu interior, acabou por escorregar na lama deslizando cada vez mais fundo e por fim; caindo sobre umas pedras. Quando conseguiu se levantar; ouviu um silvo nas suas costas, mesmo apavorada se virou devagar, e viu uma pequena criatura, meia saída de um ovo e ao mesmo tempo uma voz suave soou no interior de sua cabeça: ‘Então foi por ti que eu esperei tanto tempo? ‘
    De pronto, a menina perdeu o medo e aproximou-se do pequeno dragão, pois a essa altura, já tinha reconhecido a figura de um velho livro de sua avó. Ajoelhou-se e tocou-lhe, delicadamente, mas sem nenhuma idéia do que o filhote queria dizer. Perguntou-lhe de volta: ‘Tens fome? ‘Já  aninhado à menina, ele respondeu telepaticamente: ‘Muito frio!’ – e adormeceu.
 
   Daquele dia em diante, a menina passou a ir à gruta constantemente, e a alimentar o dragão com zimbro e assim ele cresceu muito. Mas da chegada do final de mais um Verão, seus pais foram buscá-la como de costume, e se admiraram com tal processo de amadurecimento repentino que tinha ocorrido com ela. Além de uma transformação física (havia crescido de forma excepcional), também  exibia uma sabedoria ímpar relativa à cura através das plantas. Tanto que sua avó não se surpreendeu quando a neta lhe pediu para morar com ela definitivamente, já que esta conhecia muito bem, as lendas da antiga Irlanda e sabia que a neta era especial. Assim, acabou por convencer os pais da menina a deixá-la morar com ela.
 
   O tempo passou, tanto a menina quanto o dragão crescerem - ela tornou-se uma bela mulher que passou a curar pessoas que vinham de terras longínquas em busca de um alívio para os mais diversos  males, e o dragão passou a uma criatura enorme e de aspecto terrível. Dizem que ainda hoje, lá por aquelas bandas vive a ‘mulher do dragão’, que cura pessoas… E apesar do 'bicho' nunca ter sido visto à luz do dia, reza  a lenda, que em noites de Lua Cheia; podem ser avistadas figuras estranhas passando pelo céu…


Secret garden by Ironshor


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