A data foi criada em homenagem a um dos Imortais, da Academia Brasileira de Letras -Antônio Frederico de Castro Alves - um dos maiores poetas brasileiros, nascido em 14 de março de 1847. Ele foi o último grande poeta da terceira geração romântica no Brasil, e expressou em suas poesias a indignação aos problemas sociais de toda uma época; através da denúncia a crueldade da escravidão e ainda clamou pela liberdade, dando ao movimento intitulado como Romantismo, um sentido social e revolucionário que o aproximou do Realismo. Foi também o poeta do amor, sua poesia amorosa descreve a beleza e a sedução do corpo do feminino.
Noite de Amor
Passava a lua pelo azul do espaço
De teu regaço
A namorar o alvor!
Como era tema no seu brando lume...
Tive ciúme De ver tanto amor.
Como de um cisne alvinitentes plumas
Iam as brumas
A vagar nos céus,
Gemia a brisa
— perfumando a rosa
Terna, queixosa
Nos cabelos teus.
Que noite santa!
Sempre o lábio mudo
A dizer tudo
A suspirar paixão
De espaço a espaço — um fervoroso beijo
E após o beijo
E tu dizias — "Não!... "
Eu fui a brisa, tu me foste a rosa, Fui mariposa
— Tu me foste a luz!
Brisa — beijei-te; mariposa — ardi-me,
E hoje me oprime
Do martírio a cruz
E agora quando na montanha o vento
Geme lamento
De infinito amor,
Buscando debalde te escutar as juras
Não mais venturas... Só me resta a dor.
Seria um sonho aquela noite errante?...
Diz, minha amante!...
Foi real... bem sei...
Ai! não me negues...
Diz-me a lua, o vento
Diz-me o tormento...
Que por ti penei!
Castro Alves
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