terça-feira, 16 de setembro de 2014

L'Autrichienne



Um universo particular tão cheio de graça
Sem uma única pitada de sal?
Champagne rosé borbulhando na taça
Brindando a rica história universal

Paredes e estofados de seda em tom pastel
Nobres tapeçarias de soberbos detalhes
Arabescos esculpidos por mágico cinzel
Estamos falando de Versalhes
Labirinto e jardins repletos de tons vermelhos
Habilmente arquitetados por artistas de escol
Refletido na ampla Galeria dos Espelhos
Cintilava o céu azul de tornassol
Vibrando no mesmo diapasão
Vossa Majestade colorindo cada manhã
Surgia exalando o frescor do manjericão
Entrecortado pelas verdes notas de hortelã
Beijo de Mozart tocando a imaculada tez


Como macio pudim de róseas pétalas
Mimo de Vênus em sua infantil timidez
Desintegrada sobre as verdejantes sépalas
No baile de máscaras desfilava qual leve ginete
Douradas filigranas adornavam as fantasias
Açúcar de lavanda adoçando os banquetes
Espalhando sua calorosa entalpia
Sabor de marzipan com raspas de limão
Macarons divertiam-se entre bombas de chantilly

A flor de fujian abria um largo sorriso
Nas tépidas água do green tea
Calêndula e amor perfeito trocavam confidências
Num ballet de flores dançantes no jantar
Pink lemonade foi sua última exigência

Jovem rainha com manias de rock star
Mas era de atenção a sua verdadeira fome
Do próprio destino foi débil marionete
Legando mais que um poderoso nome
Glamour e rebeldia ainda
São Marie Antoinette

Mas que toda festa tem um fim, isso é certeza
Sobre a mesa não há mais pão e nem brioches
Destronada pela Revolução Francesa

Foi levada sob brados e deboches
Nívea cútis de acetinado jasmim
Declinava só a incompreendida 'Josefine'

Não suspeitando que seu dramático fim
Estaria no cruel fio da guillotine...
(autor desconhecido)

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