segunda-feira, 2 de março de 2015
Energias do Mês de Março: Adaru
Por Carmen K'hardana
(baseado na Tradição Navi - Ancestral do Deserto)
E chega Adaru, o mês regido por Sharit. Sh’lama Sharit!
Em Adaru, estamos sob a influência do peixe, e este representa um animal sagrado em nossa tradição. Os peixes estão ligados a medicina do silêncio, principalmente a ideia de aprender a reduzir o diálogo interno, que é o principal motivo através do qual nós perdemos energia. Nesse mês devemos reforçar nossa ligação com as práticas contemplativas de nossa tradição. Além disso, esse mês está associado a ideia de celebração. O mês de Adaru é um período para erguemos um brinde ao destino. Desenvolvermos a gratidão sobre tudo o que está presente em nossa vida, mesmo as coisas que sejam desagradáveis.
Uma das letras que regem esse mês é a ita “kof”que rege a alegria e no corpo, está relacionada ao baço. Segundo os antigos, o baço é o recipiente onde reside a nossa sensibilidade ao êxtase divino. Fortalecemos o baço quando exercitamos a capacidade de celebrar. Um naví vê a celebração como um meio de conexão com os Sagrado e também como cura do corpo e do espírito.
A outra letra é “gamal”, relacionada ao ouvido direito, responsável pela escuta do futuro. Além disso, gamal está vinculada ao sustento, que é o meio através do qual nos mantemos vivos. A fora essencial do mês de adaru é a alegria no sustento, que significa encarar a labuta diária com satisfação e alegria, celebrando todos os dias as mínimas vitórias.
Os ritos ao longo deste mês, se caracterizam por uma abertura em relação ao futuro e a escuta dos oráculos.
Sharit, a deusa da videira.
Contam os sábios da tradição que na ocasião do casamento entre Yihaweha e Asherá, (1º de Tashritu) Asherá tomada pela alegria e o contentamento do amor, presenteia Yihaweha com o sumo da videira fermentado (vinho). Yihaweha, tomado pela alegria desta mágica bebida, compõe o poema de K´tawa Yihaweha dando início a toda criação do mundo como nós o conhecemos. E No dia 19 de Tebetu, nasce a filha de Yihaweha e Asherá: Sharit, que passa a se tornar a guardiã dos mistérios desta bebida sagrada.
Os antigos sábios de nossa tradição afirmam que Sharit ensinou os mistérios da HAMRA somente para as mulheres que seriam as guardiães de sua magia. A palavra hamra dá origem a palavra “hamira” (fermento).
A bebida era originalmente usada por homens e mulheres dentro dos ritos, com o objetivo de elevara a lucidez espiritual. A palavra “hamira” (fermento) também significa elevar, crescer, dando a ideia de que o vinho promove o crescimento do espírito de contentamento e consequentemente o “na makif” (luz circundante) que quem o bebe.
Só as mulheres detinham o mistério da feitura da hamra (vinho) e elas eram as guardiães desta bebida sagrada. Ministrada na cura contra ARIRI (morbidez) o vinho era considerado uma medicina sagrada. Além disso ele continha a inspiração para o ser humano exercer sua missão neste mundo, que era dar sentido as coisas (poetizar) com beleza. O vinho teria o poder de conceder a habilidade poética aos homens – um atributo até então só destinado aos deuses. As mulheres que se dedicavam a serem guardiães dos mistérios da videira passaram a serem conhecidas pelo nome dekedesha´e (as mulheres sagradas).
O nome SHARIT significa literalmente “guardiã da linguagem dos deuses”. Isso se refere também ao poder espiritual do vinho. Algumas palavras derivam desta ideia: “sharaita” = abertura, consagração e “shar” = manter uma vigília.
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