segunda-feira, 9 de março de 2015
Por que...
Por que me ensinaram que tu eras impuro?
Que teria de esconderte muito bem nas minhas saias,
Que ninguém sequer teria de saber
Que estava a manchar com vermelho...
Minha cama...
Se você é sangue que canta o milagre,
O mesmo que grita
que não saimos da dura costela de um homem,
Mas do ventre morno de uma mulher;
Contigo, em vez da água bendita,
Consigo peregrinar todas as frentes,
Você que vens para do ventre sagrado,
Você que sai do ventre quente,
Você que é testemunho de vida,
Você que sabe curar as pessoas.
Uma noite destas, eu vou em silêncio dançando nos campos,
Vou deixar que desça o meu sangue, aqui por minhas pernas,
Que chegue às ranhuras, que entre na terra ;
Haverá mais colheita, a fruta mais doce...
Se cada mulher fizesse o mesmo,
Se fossemos todas dançando aos campos,
Teria mais amor nos povos do mundo,
Teria mais doçura...
Bendito sangue lunar
Que pintas de fértil meu ventre
Que lindo carinho me dás ao meu sexo!
Gostaria de contigo pintar-me a face
Os lábios, os seios e a alma
Pintar nas mãos,
daquele que me ama...
Karluna Terso
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