sábado, 28 de outubro de 2017

Tente...



Tente, por um momento, aceitar a idéia de que você não é o que acredita ser, que você se superestima, que, de fato, mente para si mesmo. Que sempre mente a si mesmo, em todos os momentos, o dia todo, a vida toda. Que essa mentira o governa a ponto de você não poder controlá-la mais. Você é vítima da mentira! Você mente em todo lugar. A sua relação com os outros: mentiras. A educação que dá, as convenções: mentiras. Os seus ensinamentos: mentiras. As suas teorias, a sua arte: mentiras. A sua vida social, a sua vida familiar: mentiras. E o que você pensa de si mesmo: mentiras, também. Mas você nunca se detém no que está fazendo ou dizendo, porque acredita em si mesmo. Você tem de permanecer dentro e observar. Observe sem preconceber nada, aceitando por um tempo essa idéia de mentir. E se observar nesse sentido, pagando consigo mesmo, sem autopiedade, abandonando todas as suas supostas riquezas por um momento de realidade, talvez, de repente, você veja algo que nunca viu até então. E verá que você é diferente do que pensa que é. Verá que você é dois: um que não é, mas que toma o lugar e faz o papel do outro. E um que é, embora tão fraco, tão sem substância que, assim que aparece, imediatamente desaparece, porque não suporta mentiras. A menor mentira o faz desfalecer. Ele não luta, não resiste, é derrotado de antemão. Aprenda a olhar até que veja a diferença entre as suas duas naturezas, até que tenha percebido as mentiras, o engano em si mesmo. Quando tiver visto as suas duas naturezas, nesse dia, dentro de você, a verdade nascerá.

In: A Primeira Iniciação by Jeanne Salzmann

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