segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Festival a Ísis & Osíris



   Ísis e Osíris simbolizavam a realeza do Egito. Ela representava o trono no qual despontava o poder real do marido. O culto a esta Deusa foi de grande importância na Antiguidade, especialmente no Império Romano, no qual ela obteve muitos discípulos. Ainda hoje, a arqueologia comprova este fato, e é possível encontrar vestígios de templos e monumentos piramidais em todas as partes de Roma. E na Grécia este ritual atingiu antigos espaços sagrados em Delos, Delfos e Elêusis, e se desenvolveu particularmente em Atenas. Seus discípulos se espalharam também pelos territórios gauleses, na Espanha, na Arábia Saudita, em Portugal, na Irlanda e na própria Grã-Bretanha.
   Relembrando a história... Nut, a deusa do céu, era a esposa de Rá, o deus do sol, com quem gerou Osiris. Por ter ficado com Thoth (o mensageiro divino), ela deu à luz a Ísis, e com Seb (o deus-terra) teve Set. Ísis e Osíris se amavam tão instintivamente, que tinham relações, até sem querer, no útero da mãe divina, e mesmo sendo meio-irmãos, se casaram. Porém, o par romântico irritou, Set, cujo pai, Seb, equivale ao Saturno romano. Osíris então, foi assassinado por Set, que o seduziu de forma que este entrasse em uma espécie de busto muito bonito, e o prendeu aí, com chumbo derretido, e disse ter lançado-o ao Nilo. Ísis desolada procurou seu irmão-marido por toda a extensão do Nilo. Mas na verdade esse busto, no qual Osíris era mantido preso foi levado até a costa da Síria; escondido no tronco de uma árvore que cresceu a tais proporções que acabou por ser cortada e utilizada na confecção de uma coluna no palácio em Byblos (com o caixão dentro do tronco).

   A busca levou Ísis para a Fenícia, onde conheceu a Rainha Astarte. Astarte não reconheceu a Deusa e contratou-a como uma babá para o príncipe infantil. Apegada ao menino, Ísis decidiu conceder-lhe a imortalidade. Quando Ela estava segurando o bebê real sobre o fogo como parte do ritual, a rainha entrou na sala. E vendo seu filho ardendo em meio ao fogo, Astarte instintivamente (ao mesmo tempo que ingênua); puxa seu filho para fora das chamas, desfazendo a magia protetiva de Ísis, a qual teria feito de seu filho um Deus. Da exigência de uma explicação, Ísis revelou sua identidade e disse a Astarte de sua busca para recuperar o corpo de seu marido. Enquanto ouvia a história, Astarte percebeu que o corpo estava escondido na árvore perfumada no centro do palácio e disse a Ísis onde encontrá-lo.

   Na volta ao Egito, sob a forma de um falcão Ísis abrigou o corpo desfalecido do marido, depois, o escondeu nos pântanos no delta do Nilo. Mas infelizmente, Set deparou com a caixa em uma noite, quando estava caçando. Enfurecido com o rumo dos acontecimentos, ele 'mata' Osíris novamente... Desta vez cortando seu corpo em 14 pedaços e jogando-os em direções diferentes, para serem comidos pelos crocodilos.
 
    Na companhia de sete escorpiões, que a protegiam e ajudavam na busca, a Deusa encontrou as partes para voltar a formar o corpo de seu marido. Mas Ela recuperou apenas treze das peças. A décima quarta (seu pênis) tinha sido engolido por um caranguejo, então ela moldou um novo feito de ouro e cera. Em seguida, após certos ritos de embalsamamento, e falar algumas palavras de magia, e com o esvoaçar das as asas da Deusa sobre o cadáver, Rá então o reanimou, e Osíris ressuscitou. Ísis trouxe seu marido de volta à vida. Magicamente, Ela também concebeu uma criança com Osíris, e deu à luz a Hórus, que mais tarde tornou-se o deus do sol. Assegurado de que ter o bebê, Ísis estaria aliviada de sua dor, Osíris era livre para descer ao se tornar o rei do submundo; reinando sobre os mortos. Seu espírito, no entanto, muitas vezes voltou para estar com Ísis e Hórus, o jovem que ambos continuaram a proteger sob o olhar atento e amoroso.

   Lembrando que para os egípcios sexo não era um tabu, e mesmo em sua religião permeavam vários mitos envolvendo adultério, incesto, homossexualidade masculina e feminina e por fim, o sexo na vida após à morte. Sendo que em todas as situações, elas eram fortemente relacionadas com a capacidade de conceber e ter filhos.
   Assim, as 'lamentações' de Ísis era um festival realizado por volta de Outubro/Novembro para lembrar a perda de luz no hemisfério Norte. Seis meses depois, acontecia um outro festival, que comemorava o retorno da luz - quando Ísis havia encontrado Osíris. Na terceira noite desse festival, os sacerdotes iam para a beira do rio, retirar uma caixa de ouro em que se derramava água benta, e gritando - 'Osíris é encontrado!' Em seguida, misturava-se ao solo fértil, especiarias e incenso para formar uma crista de lama, que representava a união de Ísis e Osíris.

   Entre os iniciados gregos de Ísis, neste dia de festa estava ligado à Thesmophoria, um festival dedicado a Deméter, deusa da agricultura e do casamento. Como Ísis, Deméter também tinha perdido um ente querido, sua filha Perséfone, ao poder do submundo. Como Osíris surgiu para trazer vida renovada no Egito, assim falou Perséphone retornar para iniciar a época de cultivo de Primavera na Grécia.

   O historiador grego Heródoto relatou que duas mulheres de origem nobre do Egito, chamado de Danaides, trouxe esses ritos sagrados para Peloponesia e ensinou as mulheres nativas, como comemorar o dia da festa. Em Atenas duas mulheres nobres foram escolhidas para presidir o festival como Ísis e Néftis. O Thesmophoria era um festival estritamente feminino, e uma parte dos mistérios incluía a mistura de sementes de milho com o sangue menstrual e o seu plantio, para iniciar um ano agrícola abundante. Após o plantio, as mulheres enclausuravam-se dentro do templo para comungar com a Deusa durante a noite.

   Os ritos de mistério de Ísis e Osíris foram realizados no Egito, ano após ano. Os participantes retornavam anualmente aos templos para comemorar o Festival de Renovação, e ser reiniciado no culto. A realização de tais ritos eram um ato sagrado de recordação. A cada ano, Osíris foi lamentado, a cada Primavera, o seu corpo e espírito foram reunidos - ele foi lembrado e renascido.

   Hoje é um desses dias a se homenagear a união de Ísis e Osíris. Reveja post anterior, ou se teve uma relação que terminou de maneira ruim é um bom momento para tentar desfazer tal sensação. Neste caso acenda duas velas brancas (ungidas do pavio à base com óleo de sândalo) em um prato, com certa distância uma da outra. Para 'uní-las faça uma ponte' com um pedaço de linha branca presa em suas bases. Peça aos Deuses que desfaçam esse 'mal-entendido'; trazendo harmonia e paz à relação.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Copyright © by mundi |
Design by by mundi | Tecnologia do Blogger
    Twitter Facebook Google + YouTube
Topo