domingo, 28 de dezembro de 2014

Xenoestrogénios


  
   A revolução industrial trouxe o progresso, mas também foi o marco da emissão massiva de toxinas, a partir da queima de carvão e óleo. E progressivamaente, desde os anos 30 foram produzidos inúmeros 'novos' agentes, em escala mundial, e bem mais perigosos. Dentre eles, há um grupo de centenas de substâncias químicas denominadas de xenoestrogênios, também conhecidos como disruptores endócrinos – tais como, o policloreto befenilas (PCBs), ftalatos e as dioxinas. Praticamente sua presença mantêm-se em tudo (agrotóxicos, cosméticos, fármacos, equipamentos, aparelhos e embalagens feitas com plástico, isopor e alumínio, produtos de limpeza para casa e aromatizantes de ambientes). Alguns deles alteram as funções de alguns hormônios em animais e no homem, inclusive bloqueando sua ação normal ou interferindo em como eles são produzidos nos organismos. Na lista dos hormônios que podem sofrer alterações com sua presença estão desde os que regulam atividades como o crescimento e o desenvolvimento, até o comportamento, sendo seu potencial de danos bem claro. Porém, o seu excesso continua um crescente problema de saúde que afeta a população de maneira geral. Já que não escolhe raça, condição econômica, sexual... Muito embora se trate de um problema mais comum nas mulheres, os homens, não estão de todo livre de seus malefícios; o quê pode levá-los a situações de infertilidade, disfunção erétil, hipertrofia da próstata e certos tipos de câncer.

   O estrogénio como se sabe, é um hormonio feminino, mas também é produzido pelos homens em menor escala. Seu excesso é um desequilíbrio hormonal que acontece quando os níveis de estrogénio estão demasiado altos em relação a outras hormonios do organismo. Pode ser causado por um excesso de produção de estrogénio ou pela produção insuficiente de outros hormonios, tais como a testosterona e progesterona. No homem o excesso de estrogénio tem origem em grande parte por fatores como a obesidade, alcoolismo ou exposição aos xenoestrogénios, ou ainda por um número de problemas médicos, tais como doenças da glândula pituitária e tumores nos testículos, e o que pode causar alguns sintomas como: baixa libido, impotência e disfunção erétil, infertilidade, cálvice, ginecomastia, aumento da massa adiposa, aumento da próstata, câncer da próstata ou dos testículos.
 
   Para evitar o excesso de estrogénio é preciso:
  • Peso saudável - O estrogénio é produzido em grande parte, pelas células adiposas, por isso, uma das causas mais comuns do excesso de estrogénio nos homens e nas mulheres, é a obesidade.
  • Hidratação - Beba água, ela ajuda os rins a manterem-se funcionais e saudáveis, encorajando assim um equilíbrio hormonal saudável.
  • Dieta rica em fibras - A fibra alimentar liga-se ao excesso de estrogénio e remove-o do organismo como sendo lixo. Também ajuda a prevenir a obstipação, o que agrava a síndrome do excesso de estrogénio.
  • Exercícios - A prática regular do exercício promove um equilíbrio hormonal saudável.
  • Bebidas álcoolicas - Consuma com moderação ou torne-se abstémio... O álcool é uma substância 'estrogénica', quer dizer, faz com que o organismo produza mais estrogénio. E interfere na capacidade dos rins removerem o excesso de estrogénio do organismo. O alcoolismo é outra causa para a síndrome do excesso de estrogénio nos homens.
  • Evite os xenoestrogénios - Encontrados em muitos objetos presentes no nosso dia-a-dia, incluindo alimentos, um crescente número de cientistas acreditam serem eles, um dos maiores fatores que contribuirem para o problema do excesso de estrogénio a nível mundial. As fontes mais comuns de xenoestrogénios incluem a carne e produtos do campo em que foram usados hormonios de crescimento, pesticidas químicos e herbicidas que acabam por ser consumidos à mesa ou usado em casa ou jardim. Outras fontes comuns, são certos tipos de produtos plásticos, cosméticos e produtos de beleza.
   Os xenoestrogénios (= estrogénio estranho) são semelhantes em, função aos fitoestrogénios que existem de forma natural nas plantas, mas têm tendência a ser muito mais fortes.
Seu real efeito no ambiente e organismo humanos ainda está em fase de estudo, no entanto, sabe-se que muitos tipos de xenoestrogénios aumentam o efeito do estrogénio no organismo. Por essa razão, acredita-se que são um grande fator contributivo em muitos casos de síndrome de excesso de estrogénio. Assim, evitar os xenoestrogénios, é um passo importante no sentido de reduzir os sintomas e problemas de saúde associados aos níveis excessivos de estrogénio, incluindo o câncer da mama, endometriose, fibroma uterino, PMS, PCOS e infertilidade/impotência. Gestantes, nutrizes, crianças, adolescentes e indivíduos com doenças sensíveis aos estrogénio devem procurar reduzir ao máximo a exposição aos xenoestrogénios. Evite os alimentos com os níveis mais altos de xenoestrogénios e outros compostos desreguladores do sistema endócrino como: morangos, espinafres, repolhos, feijão verde, aspargos, abacaxi, cenouras, amoras, cerejas, maçãs, pêssegos, uvas, pimentão.

   Um dos xenoestrogénios mais famosos é o DDT, o qual foi banido nos Estados Unidos, graças ao trabalho inovador de Rachel Carson´s, que investigou os perigos ecológicos dos pesticidas sintéticos. Infelizmente, este composto ainda é usado na alimentação e outros produtos agrícolas em muitos outros países, e pode persistir no solo durante séculos, por isso, apesar de estar banido, muitas pessoas em todo o mundo continuam a estar expostas e a sofre os efeitos do DDT. Ele persiste no corpo humano durante décadas, onde é armazenado no tecido adiposo, tal como os seios. As mulheres com níveis detectáveis de DDT no tecido mamário, têm 5 vezes mais probabilidades de desenvolver o câncer de mama do que as mulheres sem níveis detectáveis. Mas o DDT não é o único químico de uso agrícola que contem xenoestrogénios, e muitos outros continuam a ser de uso legal nos EUA, e no mundo. Estima-se que o cidadão americano comum consume cerca de meio kilo de pesticidas por ano. Entre os produtos comuns que contêm xenoestrogénios estão a atrazide, endosulfan e methoxychlor. As boas notícias em relação aos pesticidas são: pela primeira vez a EPA vai requerer testes a um certo número de químicos usados como pesticidas para determinar se atuam como desreguladores do sistema endócrino. No entanto, é provável que ainda tenham que passar muitos anos até que se saiba os resultados, e principalmente tomadas medidas.

Evite Pesticidas e hormônios
  • Adquira sempre que possível, alimentos e demais produtos orgânicos
  • Use métodos naturais de controle de pragas na sua casa e jardim
  • Evite o uso de shampoos, coleiras e pesticidas contra as pulgas nos seus animais e em casa. E se realmente tiver de usar pesticidas ou fertilizantes, siga as instruções exatas do rótulo do produto.
  • Seja um agente multiplicador com relação aos malefícios do uso de pesticidas. 
  • Carne, leite e seus derivados proveniente de gado alimentado em pastos, têm menos probabilidade de conterem xenoestrogénios. Porque os hormonios de crescimento e para ganho de peso precoce aplicados nos animais de corte são uma fonte importante de xenoestrogénios, e essa prática passa muitas vezes sem a devida fiscalização. Assim também é o consumo elevado de leite produzido de forma industrial, especialmente associado a níveis elevados de estrogénio, devido à combinação dos hormonios naturais e artificiais contidos no leite. Busque reduzir o seu consumo, especialmente lacticínios produzidos de forma industrial.
   Infelizmente, uma das formas mais eficazes de absorver os xenoestrogénios é através da pele, e esses são 10 vezes mais potentes que os ingeridos de forma oral, porque passam diretamente para os tecidos em vez de passarem pelo fígado. Muitos tipos de cosméticos, produtos de toalete e outros (esmaltes, shampoos, protetores solares), incluiem na formulação phthalates, benzophenone-3, homosalate, 4-methyl-benzyline camphor (4-MBC), octyl-methoxycinnamate e octyl-dimethyl-PABA. Enquanto, cremes hidratantes, pastas de dentes, sabonetes, cremes de barbear, sprays para o cabelo,... contêm xenoestrogénios na forma de parabenos, phenoxyethenol, phenoxyethenol, phthalates e outros compostos. Faça uso de produtos de beleza  e outros que tenham fórmulas menos agressivas.

   Quanto aos plásticos, especialmente os 'plásticos moles',  estes contêm muitos compostos que são considerados xenoestrogénicos. Os phthalates, é um tipo bastante comum usado para tornar os plásticos mais moles e flexíveis; e está presente desde as práticas vasilhas para guardar sobras de alimentos, brinquedos, produtos de higiene, pesticidas, certos tipos de roupas e calçados, sacolinhas de supermercado, etc. O problema é que esses compostos podem ser liberados ao longo do tempo, em resposta ao calor ou outros estímulos. Procure se resguardar
  • Utilizando rolos de plástico transparente, que não contenha DEHA e substitua os plásticos transparentes da carne e outros alimentos que compra no supermercado logo que chegue a casa.
  • Nunca aqueça comida em plásticos no microondas. Mesmo que afirme que é próprio para utilizar no micro-ondas. Em vez disso utilize suportes de vidro ou cerâmica.
  • Evite o Teflon e outros utensílios com propriedade anti-aderentes. Utensílios em aço são uma alternativa mais barata, duradoura e saudável.
  • Compre a  água e outras bebidas engarrafada em vidro, em vez de plástico.
  • Evite o consumo de alimentos enlatados.
  • Não beba líquidos em copos ou canecas de plástico.
Produtos de Limpeza
    Muitos deles contêm xenoestrogénios. Por isso tenha cuidado com sabão, detergentes e amaciantes usados para lavar roupa, porque os resíduos que ficam nas roupas, toalhas e outras peças, passam a estar em contato com a pele. Outra fonte são os aromatizadores de ambientes e repelentes de insetos. Busque os métodos mais naturais como:
  • Utilize como produtos de limpeza receitas caseiras da época da vovó, tais como vinagre, borato de sódio e bicarbonato de sódio, sempre que possível.
  • Busque produtos sustentáveis.
  • Ventile de forma frequente a sua casa e evite o uso de aromatizadores, inseticidas e outros produtos que liberem produtos químicos no ar.
  • Use aromatizadores e repelentes naturais.
Água
Infelizmente, os centros de tratamento de água atuais, não estão desenhados para remover os poluentes hormonais, e a agricultura e indústria farmacêutica atual; criaram uma epidemia curiosa nos peixes e rãs em vários cursos d' água por todo o mundo. Essas criaturas aquáticas estão a 'mudar de sexo', devido aos elevados níveis de estrogénio que são libertados no seu meio ambiente. Muito embora o organismo dos seres humanos seja mais complexo que o das rãs e peixes, os poluentes hormonais também podem afetar, se bebermos ou tomarmos banho em água que os contenha. A água em muitas partes da América e do mundo, também está contaminada com produtos de uso agrícola, incluindo muitos pesticidas e fertilizantes que contêm xenoestrogénios, para além da urina e outros desperdícios de animais tratados com hormonios. Para evitar isso não passe a beber água engarrafa, que é pouco regulamentada, e pode estar mais poluída ainda. Em vez disso, instale um sistema de filtragem da água por osmose reversa. Esses sistemas podem ser instalados em apenas uma torneira ou na casa toda.

Outras fontes de xenoestrogénios
  • Café e bebidas com cafeína
  • BHA e BHT, 2 - Conservantes de alimentos mais usados
  • FD&C Red Nº3. Usado para desidratar alimentos (erythrosine)
  • THC (agente psicoativo da maconha)
Via: http://www.ewg.org/skindeep/

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