Por Pamela Kribbe
A característica de um relacionamento kármico consiste
principalmente no fato de que os parceiros carregam emoções não resolvidas
dentro de si, tais como culpa, medo, dependência, ciúme, raiva ou algo do tipo.
Devido a essa “carga” de emoções não resolvidas, sentem-se
atraídos um pelo outro em uma outra encarnação. O objetivo do reencontro é
proporcionar uma oportunidade para se resolver o problema em questão. Isto acontece recriando-se o mesmo problema em um curto
espaço de tempo. Quando se conhecem, os “jogadores” kármicos sentem uma
compulsão de estar mais perto um do outro, e depois de algum tempo, começam a
repetir os padrões emocionais dos seus antigos papéis. Então, o palco está armado para que ambos enfrentem um
antigo problema de novo e talvez lidem com ele de uma forma mais iluminada.O propósito espiritual do reencontro, para ambos os
parceiros, é que eles façam escolhas diferentes das que fizeram naquela vida
passada.
Um encontro karmático pode ser reconhecido pelo fato de que
a outra pessoa imediatamente lhes parece estranhamente familiar. Com muita frequência há também uma atração mútua, uma
urgência “no ar”, que os impulsiona a estar juntos e descobrir um o outro.
Se a oportunidade estiver disponível, essa forte atração
poderá se transformar num relacionamento amoroso ou numa intensa paixão. As
emoções que experimentamos podem ser tão avassaladoras, que acreditamos
encontrar a “alma gêmea”. No entanto, as coisas não são o que parecem.
Sempre haverá problemas em uma relação como essa, que virão
à tona mais cedo ou mais tarde. Geralmente os parceiros acabam envolvendo-se num conflito
psicológico, cujos ingredientes principais são poder, controle e dependência. Desta forma, eles repetem uma tragédia que o seu
subconsciente reconhece de uma vida anterior. Numa vida passada, podem ter sido
amantes, pai e filho, patrão e funcionário, ou algum outro tipo de
relacionamento. Mas sempre tocaram uma ferida interna profunda um do outro,
através de atos de infidelidade, abuso de poder ou, de um outro lado, uma
afeição muito forte. Houve um encontro emocional profundo entre eles, que
provocou cicatrizes profundas e trauma emocional. É por isso que as forças de
atração, assim como as de repulsão, podem ser tão violentas quando eles
encontram-se novamente em uma outra encarnação.
O convite espiritual para todas as almas que estão enredadas
desta forma é que cada um deixe o outro ir e torne-se uma “entidade em si
mesma”, livre e independente. Relacionamentos kármicos quase nunca são duradouros,
estáveis e amorosos. São relacionamentos muito mais destrutivos do que
curadores. E com muita frequência, o propósito básico do encontro é que
ambos consigam se desapegar do outro. Isto é algo que não pôde ser feito em uma
ou mais vidas passadas, mas agora existe uma nova oportunidade para que cada um
libere o outro com amor. Inclusive percebam, que é muito mais frequente que as
emoções intensas estejam relacionadas com dor profunda do que com amor mútuo.
A energia do amor é essencialmente calma e pacífica, alegre
e inspiradora. Não é pesada, cansativa nem trágica. O karma que está em jogo em relacionamentos, como os
mencionados anteriormente, geralmente requer que nos desapeguemos completamente
um do outro, que nos afastemos de tais relacionamentos, para que possamos ser
completos em nós mesmos.
Uma outra pessoa pode tocar ou disparar algo em nós, como um
gatilho, criando um drama entre ambos. Mas a tarefa e o desafio exclusivos de
cada um continua sendo lidar com sua própria ferida interna e não com as
questões da outra pessoa. Cada um tem responsabilidade apenas por si mesmo. É importante entender isto, porque esta é uma das principais
armadilhas nos relacionamentos.
Muitas vezes, ficamos tão ligados à criança interior do
outro – à parte emocionalmente ferida de dentro dele – que sentimos que temos
que resgatá-lo. Não somos responsáveis pelo nosso parceiro e ele não é
responsável por nós. A solução de nossos problemas não está no comportamento da
outra pessoa.
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