Por Juliana Martinez
“Às vezes
confundimos querer estar só com a necessidade de estar com a pessoa adequada” Francesc
Miralles
Ter um
relacionamento amoroso que se baseia no respeito oferece muitas satisfações,
produz um grande bem estar e pode nos servir de grande apoio. O desenvolvimento pessoal é mútuo e ambos
adquirem uma aprendizagem única e maravilhosa.
O que acontece
se alguém não tem um par ou não deseja ter um?
“As pessoas
que desfrutam de relações satisfatórias e estáveis são seres equilibrados. Não
andam em busca de alguém que “tape um buraco”. Reconhecem seu próprio valor.” Andrew
Matthews
Este é um
assunto muito pessoal, já que muitas pessoas têm outras prioridades na vida
além de ter um par, o que é muito respeitável. Para essas pessoas, ter um par
pode, inclusive, não combinar com o estilo de vida que querem viver, por isso
decidem não o ter.
Ter um par é
uma escolha, não é
necessário, pois depende do que cada pessoa quer em sua vida. Pode-se viver
perfeitamente sem um par, já que nosso valor como pessoas e a satisfação
pessoal não dependem de ter um par ou não.As relações amorosas que mantemos também dizem muito sobre nós mesmos, de nossas inseguranças, vulnerabilidades e medos.
Muitas vezes, parece que voltamos a repetir o mesmo perfil de par mais de uma vez, mesmo que ele acabe causando insatisfação. Isso não acontece por casualidade, tem muito a ver com o que ainda precisamos aprender para manter uma relação saudável.
Em que
consiste um relacionamento amoroso saudável?
Muitas vezes nos
relacionamos com pessoas que, longe de nos fazer sentir felicidade por estamos
com elas, acabam nos enchendo de amargura e insatisfação.
A experiência
de viver o amor em um relacionamento é um caminho de amadurecimento mútuo, no qual aprendemos muitas coisas sobre
nós mesmos trocando gostos, paixões e prazeres com o parceiro. Também dividimos
dificuldades, medos e carências que não correspondem a nossa abertura interior.
Assim, mostramos os aspectos mais íntimos que não costumam vir à tona.
A relação amorosa deixa de ser saudável no momento em que se transforma em uma necessidade,
uma dependência emocional que situa nosso valor na outra
pessoa. Essa forma de criar vínculos pode ser muito prejudicial.Com ou sem par, o mais importante é gostar de si antes de tudo, se valorizar e se respeitar. Dessa forma, querendo ter um par ou não, poderemos nos vincular afetivamente aos demais de maneira satisfatória, sendo estes os pilares básicos para manter uma relação saudável.
Apesar de tudo, o
objetivo para manter vínculos afetivos com as demais pessoas é o de nos
sentirmos bem. No entanto, é fundamental distinguir entre a necessidade de
obter esse bem estar por meio de alguém ou de compartilhá-lo.
A relação
saudável supõe aceitação para compartilhar o que somos com a outra pessoa em um
espaço comum, que também nos permita o direito de desfrutar do nosso próprio
espaço.
Por que a
sociedade tem o pensamento de que é necessário ter um par?
O mais comum na sociedade em que vivemos é ter um
par, ou, pelo menos, isso é o que a sociedade nos faz acreditar e vemos
sempre através dos meios de comunicação, da literatura e da nossa educação.
Com certeza você
se lembra de mais de um familiar perguntando, “E os namorados?” desde
a infância… Procurar um par pode acabar sendo um peso na vida, pois alguns o
fazem por obrigação, sentido-se mal pelo fato de não terem um.
Esta ideia também
foi introduzida através de filmes e contos, nos quais é dada uma grande
importância ao amor romântico, aos príncipes e princesas, à existência da metade da laranja e ao
fato significativo de que é preciso sofrer por amor. Todos estes mitos ecoam
em nossa mente como: “É preciso ter um par para ser feliz”.
Os casamentos e o
casal se consolidaram em nossa cultura como um núcleo fundamental na
organização das nossas comunidades. No entanto, são muitas as pessoas que
decidem não ter um par, pode ser durante um tempo determinado ou pode, até
mesmo, ser por toda a sua vida.
A questão
importante sobre esse assunto é saber que o fato de ter um par faz parte de
uma escolha, não de uma necessidade. No momento em que surge como uma
necessidade, aparece a dependência, o conformismo e o sentimento de posse, de
tal forma que construímos uma relação baseada no desespero.
“Saber situar
o amor em nossa vida e saber nos situar no amor requer um trabalho de
crescimento pessoal para não confundi-lo com outras coisas: a posse, a pressão,
a anulação, etc. Desenvolver, no dia a dia, a arte de amar é entender o amor
como uma arte: a arte de compartilhar, da harmonia, da criação” Fina Sanz
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