domingo, 10 de maio de 2015
Porque eu...
Porque eu encostei minha face
na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa
suspensos no espaço. E eu trouxe até mim
a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só
como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém,
porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar,
do vento, do céu, das aves, das estrelas
serão a tua voz presente,
a tua voz ausente,
a tua voz serenizada.
Vinícius de Moraes
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