Por influência da igreja Católica muitas cerimônias de casamento são realizadas no mês de Maio, principalmente no Brasil. Maio é o mês da consagração de Maria, mãe de Jesus Cristo, e também pela comemoração do dia das Mães (no segundo domingo do mês). A noiva seria, teoricamente 'aquela que deseja ser mãe', talvez por isso tenha nascido essa relação. Segundo a igreja não consta nenhuma passagem bíblica de menção ao casamento nesta mês específico, e o ato que se mantem; firmou-se entre os anos de 1534 e 1539. Tornando-se um público, com um representante da igreja para presidí-lo e onde inúmeras pessoas eram convidadas para a celebração. Porém sabe-se que o simbolismo do casamento ligado a Maio vem das tradições pagãs do Beltane, que abre o mês, no hemisfério Norte.
Atualmente, graças à modernidade, a ausência de castidade e a cada casal querer superar a festa de casamento do outro, muito das tradições do casamento acabaram em desuso. Mas para quem gosta, veja algumas que não podem faltar:
Anel de Noivado - Usa-se no dedo anelar da mão esquerda.
Isso acontece desde os antigos egípcios, eles acreditavam
que neste dedo existia um vaso sanguíneo com a ligação direta ao coração. Outrora, o anel de noivado foi confeccionado por vários tipos de materiais - do couro
entrançado à simples argolas de ferro ou de ouro. Este anel simboliza a
promessa de fidelidade, afeto e compromisso entre os noivos. O anel mais antigo de que se tem registro (feito de couro trançado ou junco) data do século IV a.C. As
futuras esposas recebiam um desses anéis quando eram pedidas em casamento, e na
cerimônia de casamento, ele representava a aliança.
Despedida de solteiro(a)
Para trazer sorte, ambos saiam de casa com o pé
direito e na véspera do casamento, não dormiam sob o
mesmo teto. A noiva, antes de sair para a cerimônia dava um último
ponto no vestido.
Antigamente, quando o patriarcado
imperava; eram os pais que casavam os filhos, ou seja escolhiam com quem eles iriam se casar, isto ocorria para fortalecer alianças entre reinos e tribos, como também era comum ceder ao casal uma parte de suas propriedades (casa e terras).
Data
Algumas datas tem por costume não serem favoráveis às uniões como: o dia 13, ao meio-dia, nos meses de Janeiro e Agosto e aos sábados, mas isso vai da cultura do país, pois enquanto esse dia da semana é considerado o mais azarento pelo folclore inglês em outros países, é o dia mais solicitado
para os enlaces matrimoniais. Também vale observar a fase lunar - para os judeus casar na Lua Crescente é prenúncio de felicidade. Por isso, continua sendo a melhor lua para os enlaces, enquanto que na Minguante, nem pensar! E quanto a casamentos duplos (de irmãos, no mesmo dia) diz a tradição que um deles, não será feliz. E com chuva no dia? Segundo a tradição hindu é um sinal de sorte, o casamento é abençoado!
Jóias
O termo 'aliança' tem ainda, origem no latim alligare (= compor,ligar-se a). No português medieval significava um compromisso, no sentido religioso-politico-jurídico pois, simbolicamente o casamento fazia-se
pela simples união das mãos. E com o passar dos tempos os anéis/aros foram requisitados, mas só
depois foi criado o ritual de 'bênção das
alianças' tornando-se então, estas o símbolo de amor duradouro e sinal visível do estado
de civil. A aliança, quer seja, a que conhecemos ou como existiu em outros tempos; passou a ser o símbolo da união e o do
casamento.
Vestido de Noiva
A tradição de guardar o vestido da noiva à 'sete chaves', ainda é mantida quase que por todas as culturas, ela vem dos tempos primitivos e tribais, onde ninguém poderia ver a noiva antes de ela pertencer ao grupo das mulheres casadas. Em alguns países árabes (especialmente entre os muçulmanos) o casamento é literalmente celebrado pelos homens, seja pelo pai da noiva (que espera em outra sala) e o seu pretendente e futuro marido. Somente depois é que a noiva e o futuro marido se encontram. A tradição também ensina que o homem não pode tocar em nada que pertença à noiva, a não ser objetos de vidro e ouro, para não quebrar o encanto do matrimônio.
- Véu - Em diferentes culturas muitas noivas ainda escondem a face por detrás do véu, sendo que, só depois da cerimônia é permitido ao noivo levantá-lo e conhecer o rosto de sua mulher. Essa prática surgiu da tradição pagã, onde se acreditava ser a noiva, o alvo preferencial dos maus espíritos. Assim sendo, a noiva tapava a face com panos - o que deu origem ao tal véu da noiva. Fazia-se acompanhar de mulheres vestidas de igual modo, com um buquê semelhante ao dela, com o propósito de enganar esses maus espíritos e impedí-los de reconhecer a noiva verdadeira, eis a origem das damas de honra. Também com o intuito de afugentar os maus espíritos, se prendiam diversos utensílios de metal, como canecos, à carruagem nupcial, o que resultou nas latas que se atam ao carro dos noivos até hoje. O termo véu surgiu em referência á deusa Vesta - a protetora do lar na mitologia greco-romana. Por isso foram os antigos gregos e romanos que mantiveram a tradição do 'véu de noiva.' Do surgimento do cristianismo seu uso não foi retirado mas adaptado; passando a ser interpretado como sinal de castidade e modéstia. Em árabe, véu se diz 'hijab' e significa 'o que separa duas coisas' (a separação da vida de solteira, para entrar na vida de casada).
- Grinalda - Ela diferencia a noiva dos demais convidados, além de ser símbolo de status e riqueza, portanto quanto maior...
- Vestido, sempre foi branco? - Na Grécia e Roma existem relatos de que as pessoas usavam roupas brancas em celebrações importantes, como o nascimento e o casamento. E na Idade Média, não havia cor específica para a cerimônia; sendo a cor mais usada o vermelho por simbolizar o sangue novo e a energia necessária para perpetuar a família. As noivas chinesas vestiam-se de vermelho, pois na China antiga significava o amor e a alegria. Verde ou preto também eram as cores usuais. Antes do século XX, em Portugal, o preto era a cor típica do vestido de noiva. O uso do branco, só foi iniciado e popularizado na Inglaterra em 1840, no casamento da Rainha Vitória e o príncipe Alberto. A partir de então, a realeza européia adotou o vestido branco em definitivo, simbolizando pureza e castidade. Hoje em dia cada noiva escolhe a cor que lhe cai bem, mas o preto e o verde são cores evitadas; por sua simbologia ligada à morte e a infidelidade, respectivamente. Ainda no rol das superstições... A noiva não deve participar na confecção do seu próprio vestido, não deve fazer mais do que uma prova ou vestí-lo completamente pronto, antes do dia do casamento. As mulheres presente na cerimônia, não deverão usar um vestido mais comprido que o da noiva. Por fim a um ditado que diz: 'uma coisa velha, uma nova, uma emprestada, uma azul...' ou seja a noiva deve usar no momento do casamento esses quatro itens - o velho simboliza o passado e a continuidade; o novo significa otimismo, a esperança e a vida futura; o emprestado significa a felicidade que deverá ser partilhada por um casal já casado e o azul simboliza fidelidade, amor eterno, pureza, e ainda para 'cortar' a inveja das solteiras...
- Luvas - Para adoçar o casamento, as noivas colocavam um pouquinho de açúcar dentro delas.
- Lingerie - Esconder um fósforo dentro da peça para que o amor e a paixão não desvaneçam; mantendo assim, a chama acesa por muitos e longos anos.
- Sapatos - Era um costume antigo em Roma, a noiva colocar uma moeda dentro dele para apaziguar a deusa Diana, a deusa da castidade.
Buquê de flores
A tradição surgiu na Grécia antiga, onde durante todo o trajeto da noiva até ao altar, ela recebia flores e ervas
aromáticas das amigas. O ramo de flores simbolizava a fertilidade e garantia proteção à nova família. Era uma espécie de amuleto contra o mau-olhado, e no qual também
se juntava o alho para afastar os maus sentimentos, a arruda para proteger do mau-olhado, ou de alecrim e manjericão para atrair a boa sorte. Dos tempos em que as noivas eram puras e castas; a flor de laranjeira era obrigatória nos buquês. E se o noivo não pode ver o vestido antes do casamento... Já o buquê deve ser ofertado por ele.
Como o buquê também é uma espécie de 'talismã' seu lançamento ao término da cerimônia/festa em direção as mulheres solteiras visa trazer sorte àquela
que o agarrar, sendo essa a próxima a casar. Igualmente no sentido de partilhar
a boa sorte era costume, a noiva distribuir
pedaços do seu véu para as amigas.
Tanto o noivo quanto a noiva devem entrar na igreja em cortejo. O noivo entra de braço dado com sua mãe ou madrinha; deve chegar antes da noiva, com pelo menos meia hora de antecedência. A noiva entra na igreja com seu pai ou padrinho, na ausência desses procura-se um homem de laços familiares mais próximos. Ela não deve se atrasar mais que meia hora e ao entrar, na igreja ou local da cerimônia, a noiva deve colocar-se do lado esquerdo do noivo. Esse costume antigo, advém do período em que os homens portavam armas (do lado direito) e ficando a noiva do lado esquerdo tinha mais liberdade de movimento, caso algum outro mancebo tentasse lhe 'roubar' a futura esposa, este a defenderia com a espada usando o braço direito para o combate. Outro significado para esta tradição era afastar o risco de infidelidade.
Lançar arroz aos noivos
É um rito milenar objetivando a sorte, felicidade e prosperidade aos noivos. Os grãos de arroz simbolizam a fertilidade, portanto que os recém casados tenham muitos filhos e fartura na vida. Com mesmo intuito em certas culturas são lançados aos noivos pedaços de pão, bolo e doces além de pétalas flores, principalmente de rosas.
Festa
Essa tradição também vem da Roma antiga, onde o trigo usado na confecção de um pão doce (bolo de frutas, cereais, amêndoas e mel) era símbolo de
prosperidade, e um talismã para os noivos. Por isso depois da cerimônia, na
festa do casamento quebrava-se este pão por cima da cabeça da noiva - para lhe dar boa sorte. Os convidados, então comiam
as migalhas que se espalhavam, pois consideravam que davam sorte a quem as
recolhesse e comesse, e também asseguravam a felicidade da noiva.
Cortar o bolo
O bolo clássico (branco e de três andares) ainda simboliza o compromisso, o casamento e a eternidade. Em tempos modernos, o costume agora é congelar algumas fatias do bolo para serem comidas no primeiro aniversário de casamento ou no batizado do primeiro filho do casal.
Chegada a casa
Lua de mel
Existem algumas versões para a origem da 'lua-de-mel'. Uma delas do povo germânico, onde os
casamentos aconteciam na fase de Lua Cheia e ao seguir do casamento durante 30 dias, os noivos bebiam uma poção preparada à base de mel (o hidromel).
E de Roma,
onde depois da festa de casamento os convidados e parentes
pingavam gotas de mel na porta da casa do futuro casal; desenhando uma lua para dar-lhes sorte e que eles
tivessem uma 'vida doce'. Bem como, acreditava-se que um pouquinho de açúcar na cama do casal serviria para adoçar o princípio de uma nova etapa de vida - o casamento e, o que se segue, da chegada na casa (ou no hotel, hoje em dia). A lua-de-mel ocorre em torno de 15 dias, após o casamento em um local romântico.
Outras tradições...
- Japão - O casal de noivos bebe nove goles de sake; tornando-se marido e mulher a partir do primeiro gole.
- China - Durante a cerimônia o casal bebe vinho com mel de dois copos atados com uma fita vermelha, já que esta é a cor do amor para os chineses.
- França - Muitas vezes fazem brindes em um copo especial para os noivos (com duas pegas).
- Inglaterra - Para eles o melhor dia para um casamento é às quarta-feiras, e se acaso a noiva encontrar uma aranha no seu vestido, terá sorte no casamento.
- Alemanha - Os noivos carregam sal e pão (a noiva) para assegurar recompensa e o noivo grãos de cereais, para dar saúde e sorte.
- Egito - As mulheres beliscam a noiva no dia do seu casamento para trazer-lhe sorte.
- Diz a lenda Indiana que a noiva após fazer a Henna para seu casamento, se e ao lavar a cor da Henna ficar bem forte, (marrom forte ou preta) é que o noivo a ama com muita intensidade.
-
... E que sejam Felizes!
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