quarta-feira, 23 de abril de 2014

A Cruz Cardinal IV


Ascent to Love by Rassouli

A Angústia da Oposição
Por Sarah Varcas

   Hoje de manhã, falei sobre os aspectos das quadraturas que formam a barreira externa da atual Grande Cruz Cardinal - 23/24 de Abril (ver Cruz Cardianal III). Agora quero acrescentar as oposições, isto é, as duas linhas internas diagonais, para lhes oferecer o “recheio”, por assim dizer.
Então, qual é o papel delas em tudo isto? Bem… Em certo sentido, elas fornecem a resposta final, porque as oposições nos mostram onde precisamos de ajustes para acolher mais plenamente tudo o que somos.

   A energia de uma oposição é vivenciada com mais frequência em nossos relacionamentos e através deles. Suas qualidades existem todas dentro de nós, mas como consistem em forças opostas, lidamos com elas projetando um extremo da oposição em outra pessoa. Assim, por exemplo, se nos percebemos como pessoas pacientes, nós projetamos nossa impaciência fora de nós e vivemos rodeados de pessoas frustradas e julgadoras, cuja presença em nossa vida torna-se um fardo cada vez mais pesado. Ou se nos identificamos com o “realizador”, aquele que vai atrás do que deseja, assume o comando e faz as coisas acontecerem, então projetamos nosso lado desleixado e preguiçoso nos outros e os criticamos pela falta de comprometimento e inatividade. Basicamente, uma oposição revela em que ponto nós nos contradizemos e somos paradoxais, e nos desafia a assumir e expressar totalmente esse paradoxo, sem a necessidade de nos dissociarmos de uma parte dele a fim de nos sentirmos aceitáveis (para nós mesmos ou para os outros).


   Outro modo de administrar a energia da oposição é mover-se de um extremo para o outro. Neste caso, expressamos os dois extremos em momentos diferentes, mas ainda não conseguimos conter ambos num estado de tensão dinâmica que nos permita ser quem somos integralmente. Quando nos movemos para um extremo do espectro, o outro é ignorado, negado ou projetado. Quando passamos para o outro, fazemos o oposto… E assim por diante. Podemos passar uma vida inteira balançando de um lado para o outro de uma oposição, mas é muito melhor acordar e reconhecer o que realmente está acontecendo! A função essencial de uma oposição é desenvolver em nós a autoconsciência necessária para reconhecermos que podemos ser duas coisas diferentes e ainda ser uma única pessoa; que a natureza humana contém todo tipo de contradições e que a aceitação deste fato pode nos capacitar a nos relacionarmos muito melhor, não só com outras pessoas, mas (e mais importante) conosco. Portanto, quando estamos sob a influência de uma Grande Cruz, temos duas oposições poderosas em andamento, desafiando-nos a acolher nossa natureza paradoxal, reconhecer nossas contradições internas e perceber quando estamos polarizando nossa psique, identificando-nos com apenas uma parte dela e projetando o resto no nosso ambiente, de alguma forma. Por exemplo, se cada vez mais nós nos pegamos criticando os outros em relação a certas coisas que temos certeza que “jamais faríamos!”, está na hora de começarmos a ouvir o alarme tocando! Pois é bem provável que tenhamos muito mais em comum com essas pessoas do que gostaríamos de admitir. Ou estamos nos concentrando nas falhas delas para nos sentirmos melhor a respeito de nós mesmos, ou para evitar alguns dos nossos problemas mais gritantes que preferimos ignorar!

   Da mesma forma, se em um minuto nós sentimos e pensamos uma coisa, e no instante seguinte fazemos uma reviravolta e tudo parece completamente diferente, pode ser que precisemos simplesmente aceitar que ambas as opiniões são válidas, mas que uma fusão das duas pode ser mais propícia à paz interior e à autoaceitação! Enquanto as quadraturas, das quais falei hoje cedo; requerem que entremos em ação e lidemos com questões apresentadas pelo nosso ambiente, as oposições exigem que façamos ajustes no nosso próprio interior, a fim de corrigir os desequilíbrios em nosso relacionamento com os outros. Se conseguirmos administrar ambos ao mesmo tempo, destrancaremos as portas para uma mudança exponencial em nós mesmos e em nossa vida!

  Com as atuais oposições ocorrendo entre Urano (liberdade radical) e Marte (assertividade e agressão) e entre Júpiter (expansão) e Plutão (questões de poder e transformação profunda), podemos muito bem estar enfrentado desafios à nossa liberdade ou vendo outros se agitando pela deles, explosões de raiva, emoções reprimidas que vêm à tona para criar desassossego; e/ou podemos estar nos confrontando com ocorrências que dão origem a uma ordem de existência totalmente nova. Neste caso, é vital lembrar que os ajustes internos são tão importantes quanto lidar com as manifestações externas de mudança. Atitude conta muito, quando se trata de lidar com energias de oposições. A disposição para reconhecer que o mundo nunca é tão polarizado quanto gostamos de pensar que é, e que todo mundo é uma massa fervilhante de contradições e paradoxos, o que faz a vida ser cada vez mais complexa até que possamos aceitar este fato mais pacificamente, contribuirá muito para tornar estes momentos mais flexíveis e menos complicados para todos os envolvidos!

   Certamente, se conseguirmos olhar para dentro e ver a nós mesmos, exatamente como somos (com defeitos e tudo mais) agora mesmo, aceitando tudo isso com a mente aberta e o coração em paz, os insights disponíveis neste momento poderão mudar nossa vida em um piscar de olhos. A Grande Cruz nos recorda que "apontar o dedo nunca" nos levará à verdade, a não ser que o apontemos para nós mesmos, delicadamente e com um coração compassivo, prontos para acolher o mundo todo como se fosse o nosso “eu” e o nosso “eu” como se fosse todo este vasto mundo.

Fonte: http://astro-awakenings.co.uk/23rd-24th-april-2014-cardinal-grand-cross-2



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