domingo, 5 de outubro de 2014

Outubro: Tashritu



 Por Carmen K'hardana       
(baseado na Tradição Navi - Ancestral do Deserto)  

   E chega um novo ciclo lunar… Tashritu e um novo ano. 5775, no calendário naví!

   No dia 01 de Tashritu, dia de Yumá Truá, todos os naví’e devem se reunir com a intenção de celebrar o início do ano novo naví. Este dia é conhecido também como o dia da coroação dos deuses. É Ensinado por nossos ancestrais que todos os deuses se encontram presentes para celebrar na tenda do Encontro nesta noite.
   Este dia é inteiramente consagrado ao sagrado, à celebração e a busca da unidade tribal no acampamento.

  01 de Tashritu é Yumad Shará de Sara HaNavía, a mais importante dentre todas as matriarcas de nossa tradição. Sara representa a força de Sharit, A nobreza das matriarcas.
   Esse é o ano do compromisso. E compromisso para a tradição naví, não tem relação com retórica nem ideias. Compromisso é aquilo com o que me envolvo, coloco as minhas mãos, ajudo a construir com minhas mãos. Simples assim.

   Qual o seu compromisso? Que compromissos quer assumir? Com o que você se envolve? Em que construção quer participar? E do que você precisa abrir mão em prol do que se propõe a construir?
  O mês que chega, Tashritu, é regido por Ianat. A deusa guerreira, e para os ancestrais de nossa tradição, a guerra é uma das questões mais sagradas da existência, pois trata-se da razão do nosso desenvolvimento espiritual. Ianat é também a face do sagrado feminino guardiã das portas.Sua missão era ser a guardiã da porta do abismo, a fonte de todos os mistérios, a guardiã da porta do Shuassar (a fonte da toda sabedoria) e do G´nat Dania (Jardim do Edem). Por ser guardiã dessas três portas, muitas vezes Ianat é representada por um triângulo.

   Ianat nos trouxe a proteção das franjas, que usamos nas portas de nossa tenda e em nosso corpo.

   E foi Iannat que ensinou os mistérios do sangue menstrual para Siduri.
   O mês de Tashritu é regido por Yihawehá em sua face jovem

   Por Neguev, o vento sul. A palavra “neguev” significa em ikle, “limpar, esfregar”.
   Por Ferat, o fluxo da serenidade.

  Ainda em tempo frio, a estação Grishma Kariri.
  O clã de Efrain, que significa nômade.

  Há algumas grandes fendas neste mês que inicia o ciclo de 12 meses:
  Yumá Azazel, conhecido como o dia do perdão. Azazel é um Teraf, filho de Ianat e é Azazel quem guarda as portas do abismo.

  Andiruna, período de 8 dias que se inicia em 15 de Tashritu, que torna-se a porta para o Shuassar.
   Yumá Aruana que é uma porta de acesso ao G´nat Dania.

   E neste ciclo lunar de Tashritu; vibra a potência da liberdade… ou a força da liberdade… A energia da letra Lamad, a potência e o amor, e em sua alma refletindo em seu corpo, rege a sua vesícula e da letra Pe, a liberdade, que em sua alma rege o seu ouvido esquerdo. Potência é a força que rege toda a natureza… é a força que faz uma simples grama em seu jardim crescer… e é a mesma força geradora que fez você crescer no útero de sua mãe, sair deste útero e ver a luz do sol. E toda essa potência, por tras de si, tem o amor.

   E a liberdade? Acima de tudo, liberdade é a liberdade de escolha. E liberdade de escolha, nunca é fazer o que você tem vontade. Se você sempre faz o que quer, simplesmente, simboliza que é escravo de suas vontades, e neste caso, foi-se sua liberdade… torna-se escravo de si mesmo. Torna-se escravo de seus equívocos, de sua forma congelada de se relacionar com tudo. E isso fecha suas experiências em um campo cíclico, de repetições sem fim.
   Liberdade é conseguir lucidez o bastante para fazer o que precisa ser feito, mesmo em detrimento de sua vontade. E isso nos abre a novas experiências.
Que venha a liberdade e sua força.

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