quinta-feira, 22 de maio de 2014

Depois da Tocha, a Vela




    A aproximadamente 1.200.000 anos, o homem iniciava a civilização - quando se tornou possível cozer os alimentos obtidos, através da utilização do fogo. Bem como, se livrar de ser 'o jantar' de uma série de animais, graças à chama que trepidava das fogueiras, e da mesma forma trazendo conforto para as noites inverais - tal conjunto foi o que lhe assegurou a sobrevivência.

    A tese científica para a origem do fogo é que está se deu casualmente, da observação de galhos de uma árvore queimando ao entrar em contato com lava vulcânica. Porém, estudos arqueológicos revelam que sua produção pelo homem; ocorreu por volta de 500.000 anos a.C. O fogo era de tal importância, que no processo evolutivo tribal era mantido sob os cuidados de um 'guardião', para que não fosse roubado por uma tribo rival por exemplo. Com isso foi ganhando status ora mágico, ora religioso. No aspecto mitológico, sua origem está em Prometeus - que arrancou um pedaço do Sol e presenteou os homens. A relação entre fogo e o Sol era tão forte que mereceu ser cultuado por várias civilizações como a Egípcia, Grega, Romana, Maia, Asteca, etc. E como não era possível trazer o Sol em sua totalidade para o interior dos templos, muitos deles eram construídos de forma a permitir a sua passagem em datas específicas como os solstícios, no mais eram mantidas acesas enormes piras para a adoração do astro-rei. 

   Assim, até hoje o mito de Prometeus é lembrado - a cada evento olímpico com o transporte da tocha e, o acender da pira que permanece flamejante até o final dos jogos olimpícos.

    Com o passar de milhares de anos surgiu o que seria o protótipo da vela - que serviu ao homem de forma singular; por outras centenas de anos e, continua atualmente, desde substituta das piras em templos, de praticamente todas as religiões, a efeitos decorativo em lares, festas, etc.



A história das velas

   No início desta história as velas não existiam como as conhecemos. Por volta do ano 50.000 a.C. havia uma variação daquilo que chamamos de velas, criada para funcionar como fonte de luz. Eram usados pratos ou cubas com gordura animal, tendo como pavio algumas fibras vegetais, apresentando uma diferença básica em relação às velas atuais, de parafina: a gordura que servia de base para a queima encontrava-se no estado líquido. Mesmo antes do ano 50.000 a.C. este tipo de fonte de luz era usada pelos homens, conforme pinturas encontradas em algumas cavernas.

   Há menções sobre velas nas escritas bíblicas, datando do século 10 a.C. Um pouco mais recentemente, no ano 3.000 a.C., foram descobertas velas em forma de bastão no Egito e na Grécia. Outras fontes de pesquisa afirmam que, na Grécia, as velas eram usadas em comemorações feitas para Ártemis, a deusa da caça, reverenciada no 6º dia de cada mês, e representavam o luar. Um fragmento de vela do século I d.C. foi encontrado em Avignon, na França.




   Na Idade Média as velas eram usadas em grandes salões, monastérios e igrejas.Nesta época, quando a fabricação de velas se estabeleceu como um comércio, a gordura animal (sebo) era o material mais comumente usado. Infelizmente, este material não era uma boa opção devido à fumaça e ao odor desagradável que sua queima gerava. Outro ingrediente comum, a cera das colméias de abelhas, nunca foi suficiente para atender a demanda.
 
   Por muitos séculos as velas eram consideradas artigos de luxo na Europa. Elas eram feitas nas cidades, por artesãos, e eram compradas apenas por aqueles que podiam pagar um preço considerável. Feitas de cera ou sebo, estas velas eram depois colocadas em trabalhados castiçais de prata ou madeira. Mesmo sendo consideradas como artigos caros, o negócio das velas já despontava como uma indústria de futuro: em uma lista de impostos parisiense, no ano de 1292, eram listados 71 fabricantes.Na Inglaterra, os fabricantes de velas de cera eram considerados de melhor classe se comparados àqueles que fabricavam velas de sebo. O negócio tornou-se mais rentável porque as pessoas estavam aptas a pagar mais por uma vela de cera. Em 1462 os fabricantes Ingleses de velas de sebo foram incorporados e o comércio de velas de gordura animal foi regulamentado.

   No século 16 houve uma melhora no padrão de vida. Como passou a haver uma maior disponibilidade de castiçais e suportes para velas a preços mais acessíveis, estas passaram a ser vendidas por peso ou em grupos de oito, dez ou doze unidades. As velas eram usadas também na iluminação de teatros. Nesta época elas eram colocadas atrás de frascos d'água colorida, com tons de azul ou âmbar. Apesar desta prática ser perigosa e cara para aquela época, as velas eram as únicas fontes de luz para ambientes internos.

   A qualidade da luz emitida por uma vela depende do material usado em seu fabrico. Velas feitas com cera de colméia de abelhas, por exemplo, produzem uma chama mais brilhante que as velas de sebo. Outro material, derivado do óleo encontrado no esperma de baleias, passou a ser usado na época para aumentar o brilho das chamas. Devido a questões ambientais e ao desenvolvimento de novas tecnologias de iluminação, este elemento não é mais usado. Trabalhos para o estudo do oxigênio foram desenvolvidos observando-se a chama de uma vela. Como exemplo temos relatos feitos pelo químico amador Joseph Priestley, em agosto de 1774, que concluiu que, se a chama de uma vela se tornava mais forte e viva na presença de oxigênio puro, reação semelhante deveria ser observada em pulmões adoentados quando estimulados com este mesmo oxigênio.


 

   O século 19 trouxe a introdução da iluminação a gás e também o desenvolvimento do maquinário destinado ao fabrico de velas, que passaram a estar disponíveis para os lares mais pobres. Para proteger a indústria, o governo Inglês proibiu que as velas fossem fabricadas em casa sem a posse de uma licença especial. Em 1811, um químico francês chamado Michel Eugene Chevreul descobriu que o sebo não era uma substância única, mas sim uma composição de dois ácidos gordurosos combinados com glicerina para formar um material não-inflamável. Removendo a glicerina da mistura de sebo, Chevreul inventou uma nova substância chamada "Esterine", que era mais dura que o sebo e queimava por mais tempo e com mais brilho. Essa descoberta impulsionou a melhora na qualidade das velas e também trouxe, em 1825, melhoras ao fabrico dos pavios, que, devido à estrutura da vela, deixaram de ser mechas de algodão para se tornar um pavio enrolado, como conhecemos hoje. Essa mudança fez com que a queima da vela se tornasse uniforme e completa ao invés da queima desordenada, característica dos pavios de algodão.

   Em 1830, teve início a exploração petrolífera e a parafina era um subproduto do petróleo. Por ser mais dura e menos gordurosa que o sebo, a parafina se tornou o ingrediente primário nas velas. Em 1854 a parafina e o esterine foram combinados para fazer velas muito parecidas com as que usamos hoje. No ano de 1921 foi criado o padrão internacional de velas, de acordo com a intensidade da emissão de luz gerada por sua queima. O padrão tomava por base a comparação com a luminosidade emitida por lâmpadas incandescentes. Devido ao desenvolvimento de novas tecnologias de iluminação, este padrão não é mais utilizado como referência nos dias de hoje. A parafina sintética surgiu após a 2ª Guerra Mundial e sua qualidade superior tornou-a o ingrediente primário de compostos de ceras e plásticos modernos.

   Usada nos primórdios de sua existência como fonte de luz, as velas são usadas hoje como artigos de decoração ou como acessórios em cerimônias religiosas e comemorativas. Há vários tipos de velas, produzidas em uma ampla variedade de cores, formas e tamanhos, mas, quando mencionamos velas artesanais, nos referimos àquelas feitas manualmente, onde é possível encontrar modelos pouco convencionais, usados para diferentes finalidades, tais como: decoração de interiores, purificação do ambiente, manipulação da energia com base em suas cores e essências e etc.




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